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Grupo usa ozônio e aquecimento a seco para melhorar as propriedades do amido de mandioca
Um grupo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) testou pela primeira vez a aplicação conjunta de duas técnicas de modificação do amido que não geram resíduos ou efluentes: o uso de ozônio e de aquecimento a seco (DHT na sigla em inglês). Os cientistas acreditam que os resultados podem contribuir para aumentar as possibilidades de aplicação do amido de mandioca em diferentes setores produtivos. O artigo foi publicado na revista científica International Journal of Biological Macromolecules.
Naturalmente presentes nos vegetais, onde exercem função de reserva de energia, os amidos são também ingredientes muito importantes para a indústria, tanto a alimentícia quanto a de papel, tecido, fármacos e tintas, sendo usados até em processos de extração de petróleo. De acordo com o Dr. Pedro Esteves Duarte Augusto, professor associado da Esalq-USP e pesquisador do Núcleo de Apoio à Pesquisa em Alimentos (Napan-USP), as técnicas de modificação têm como objetivo melhorar alguma propriedade dos amidos para fins específicos.
“Nosso grupo tem trabalhado muito com a formação de gel, que é uma das propriedades mais importantes do amido, tanto para a indústria de alimentos quanto para outras, como a farmacêutica, por exemplo”, afirma o engenheiro de alimentos. Ele é um dos autores do artigo, que tem a doutoranda Dâmaris Carvalho Lima como primeira autora e conta com a participação de outros pesquisadores do grupo da Esalq, além de colegas da Ecole Nationale Vétérinaire Oniris e do Institut National de la Recherche Agronomique (Inrae), ambos na França. A equipe ligada ao Dr. Augusto dedica-se ao estudo dos amidos desde 2015.
De acordo com o pesquisador da USP, os resultados expressos no artigo abrem possibilidades. “O gel nativo da mandioca é considerado ‘fraco’ quando comparado a outros, como o do milho, por exemplo, que é a fonte comercial mais relevante atualmente. Obtivemos um gel de mandioca até mais consistente que o de milho. Assim, esperamos contribuir para que o mercado para o amido da mandioca se amplie”, resume.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Agência FAPESP.
Fonte: Karina Ninni, Agência FAPESP.
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