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Diretrizes para transição ecológica de sistemas alimentares serão apresentadas na 5ª CNCTI

Fonte

Embrapa | Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Data

terça-feira, 23 abril 2024 09:40

Mais de 500 pessoas, incluindo cientistas e representantes da sociedade civil, participaram de conferência híbrida promovida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no período de 15 a 19 de abril, para definir diretrizes voltadas à transformação ecológica de sistemas agroalimentares.

Essa e mais de 200 iniciativas em todo o País têm como objetivo reunir subsídios a serem apresentados na 5ª Conferência Nacional de CT&I (5ª CNCTI), que acontece entre os dias 4 e 6 de junho, em Brasília, para reunir e trocar conhecimentos sobre o papel da ciência e tecnologia na construção de um Brasil mais justo, sustentável e desenvolvido. As orientações embasarão também a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI) para o período de 2023 a 2030.

Segundo o pesquisador Dr. Evandro Holanda, que coordenou o evento, o documento com as principais diretrizes e recomendações será enviado ao comitê-executivo da 5ª CNCTI. Essas propostas são resultado de debates realizados ao longo de cinco dias, que reuniram representantes de 128 cidades brasileiras, incluindo Unidades da Embrapa, 45 universidades brasileiras, órgãos de assistência técnica e extensão rural (Ater), cooperativas, ONGs, agricultores, comunidades tradicionais e povos originários do Brasil.

Uma das principais questões, na visão dos participantes, é garantir que a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação reconheça a importância dos agricultores familiares, povos de comunidades tradicionais e povos originários como sujeitos da inovação. Isso pode trazer uma abordagem inclusiva e sustentável para o desenvolvimento do País. “Esses agricultores não podem ser vistos apenas como receptores de tecnologias produzidas pela pesquisa”, reforçou o Dr.Evandro Holanda.

Durante a cerimônia de encerramento, no dia 19 de abril, a Dra. Ana Euler, diretora de Negócios,  ressaltou a importância da data, na qual é comemorado o Dia Nacional dos Povos Indígenas. Segundo ela, a parceria com os ministérios da Agricultura e Pecuária (Mapa), Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Fazenda (MFAZ) e Educação (MEC), além da organização sem fins lucrativos World-Transforming Technologies (WTT) e da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) foi fundamental para a construção das propostas.

A Dra.Euler destacou que as principais discussões acerca desse tema apontam para o futuro. “A ciência e a tecnologia foram fundamentais para garantir ao Brasil a posição de destaque que tem hoje no agro mundial. O desafio atual é olhar para o futuro de maneira cidadã, atuando de forma cada vez mais próxima das iniciativas inovadoras nos territórios, conectando-se às realidades dos agricultores, de forma a fortalecer as redes sociotécnicas e os ecossistemas de inovação locais”, pontuou a Dra. Ana Euler.

O Dr. Clenio Pillon, diretor de Pesquisa e Inovação, salientou a importância da retomada da CNCTI após 14 anos. “Trata-se de um espaço democrático de extrema importância para impulsionar as ações de CT&I em todas as áreas do País”, diz. Assim como a Dra. Ana Euler, ele afirmou que o foco da ciência do futuro é na transformação e inclusão. “O Brasil fez muito no que se refere à agricultura nos últimos 50 anos, mas não fez a inclusão necessária. Infelizmente, hoje, grande parte das tecnologias não está à altura dos agricultores familiares, incluindo ribeirinhos, indígenas, entre outros de pequeno porte. Eles são os grandes responsáveis pela diversificação da matriz produtiva. Portanto, o foco dos 50+ é trabalhar a ciência que transforma e inclui”, enfatizou o diretor.

O Dr. Pillon pontuou ainda que a meta é transformar as Unidades da Embrapa em grandes hubs de multiplicação de conhecimento e democratização das tecnologias geradas. “A agenda da inclusão produtiva precisa abranger o acesso a mercados. Não adianta investir em tecnologias sem conhecer as necessidades do setor produtivo. Temos que fortalecer a conexão entre ciência e a base territorial”, defendeu o Dr. Pillon.

Diretrizes de CT&I

Como principais diretrizes para fortalecer a atuação da ciência, tecnologia e inovação na transição ecológica dos sistemas agroalimentares, destacam-se:

  • Reduzir a pegada ambiental dos sistemas alimentares em direção à regeneração dos agroecossistemas.
  • Direcionar ações de CT&I para soberania e segurança alimentar.
  • Redesenhar os sistemas alimentares para garantir que todos os segmentos, desde pequenos agricultores até consumidores finais, tenham voz e oportunidades equitativas.
  • Promover a agroecologia práticas sustentáveis de produção de alimentos.
  • Redefinir as cadeias de valor alimentar, buscando reduzir a dependência de modelos longos e centralizados em favor de outros mais curtos e descentralizados, que promovam a produção local e o comércio justo.
  • Fortalecer a agricultura familiar e as comunidades rurais com políticas públicas voltadas ao apoio e capacitação de agricultores, além do estímulo à cooperação e ao associativismo.
  • Redefinir a governança dos sistemas alimentares, garantindo a participação democrática na tomada de decisões e a implementação de políticas que promovam a sustentabilidade e a justiça social.
  • Promover a educação alimentar e o acesso à informação, contribuindo para escolhas mais conscientes e saudáveis por parte dos consumidores.
  • Reduzir o desperdício de alimentos, buscando diminuir perdas em todas as etapas da cadeia alimentar, desde a produção até o consumo.
  • Repensar os modelos de financiamento e investimento nos sistemas alimentares, incentivando práticas sustentáveis e acesso equitativo a recursos.

Acesse a notícia completa na página da Embrapa.

Fonte: Fernanda Diniz, Superintendência de Comunicação (Sucom), Embrapa.

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