Notícia

Tributação dos alimentos pouco saudáveis ​​poderá ajudar na batalha contra as alterações climáticas?

Fonte

Universidade de Aberdeen

Data

quinta-feira, 21 setembro 2023 17:10

Áreas

Nutrição Coletividades. Sustentabilidade

Um novo estudo publicado recentemente no Journal of Cleaner Production, do Instituto Rowett da Universidade de Aberdeen, da Universidade de Edimburgo e do Scotland’s Rural College (SRUC) descobriu que tributar os alimentos ricos em gorduras, açúcar e sal (HFSS) poderia potencialmente reduzir as emissões provenientes do consumo de alimentos, no entanto, é improvável que um política poderia atingir metas nutricionais e climáticas.

O estudo, om base na análise de dados secundários recolhidos de 3.260 agregados familiares na Escócia em 18 categorias de alimentos, teve como objetivo compreender as implicações de um imposto especial de consumo nas compras de alimentos HFSS. O estudo explorou dois cenários políticos:

• Tributar todos os produtos HFSS, mantendo inalterados os preços de outros produtos alimentares.
• Tributar os produtos HFSS e subsidiar frutas e vegetais com as receitas geradas.

O estudo concluiu que os impostos cobrados sobre os produtos HFSS levaram a uma redução no seu consumo devido aos efeitos dos preços. Especificamente, um imposto de 10% sobre os grupos alimentares de HFSS, combinado com o subsídio de frutas e vegetais utilizando receitas fiscais, resultou num declínio de 5-9% no consumo de HFSS e num aumento de 11% e 7% no consumo de vegetais e frutas, respetivamente.

No entanto, o estudo também destacou o potencial impacto ambiental destas políticas. Quando as receitas fiscais foram utilizadas para subsidiar frutas e legumes, as emissões de gases com efeito de estufa aumentaram 2%. Em contraste, as emissões diminuíram 3% quando apenas os grupos alimentares HFSS foram tributados.

Além disso, o estudo também concluiu que tributar o HFSS sem uma política de subsídios em vigor poderia ter um impacto mais regressivo sobre os consumidores em comparação com quando as frutas e legumes foram subsidiados.

Dr. Wisdom Dogbe, do Instituto Rowett da Universidade de Aberdeen, liderou o estudo. Ele disse: “Este estudo nos mostra que existem compensações muito reais entre alcançar metas dietéticas, de bem-estar e ambientais.

“No futuro, esta pesquisa pode ser considerada nas discussões em andamento sobre a proibição de promoções no HFSS. Se não houvesse promoções nesses produtos e, como resultado, os preços aumentassem naturalmente, acreditamos que isso poderia ser benéfico, pois poderia incentivar os consumidores a reduzirem suas compras.

“Em última análise, a nossa pesquisa destaca a complexa interação entre os objetivos alimentares, de bem-estar e ambientais ao implementar uma política fiscal HFSS. “A escolha do cenário político adotado pelo governo teria que depender dos objetivos e prioridades nacionais.”

Acesse o artigo científico completo (em inglês)

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Aberdeen (em inglês).

Fonte: Laura Graham, Universidade de Aberdeen. Imagem: Freepik.

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