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Obesidade em pessoas pretas e pardas pode ser consequência de corporificação biológica do racismo

Fonte

UFRGS | Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Data

quinta-feira, 4 abril 2024 19:15

No último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual de pessoas que se identificam como pretas (10,2%) e pardas (45,3%) somado predominou ante a população que se lê como branca (43,5%). É a primeira vez, desde 1991, que pardos lideram a pesquisa. Desde que questões raciais passaram a ser amplamente discutidas no país, impulsionadas pelos movimentos sociais, pelas cotas em universidades e espaços de trabalho e também pelos debates nas redes sociais, as pessoas têm olhado para sua descendência e se identificado em relação a cor da pele e raça. Nesse contexto, as denúncias de casos de racismo no Brasil tiveram alta de 67% no mais recente levantamento do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

Além dos impactos sociais e psicológicos, a discriminação racial também interfere na saúde física da população negra. É o que aponta um artigo publicado na revista científica Public Health Nutrition por pesquisadores do Grupo de Estudos em Determinantes Sociais em Alimentação e Nutrição (Desan) da UFRGS. Realizado a partir de um questionário que mensura a experiência de discriminação racial dos participantes, o estudo assinala que o racismo pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de obesidade nessa população.

De acordo com os pesquisadores, a experiência da discriminação racial está atrelada a alterações alimentares por se tratar de um estressor crônico. Isso justifica a teoria ecossocial, desenvolvida pela Epidemiologia Social, que dispõe sobre a corporificação de fatores externos, produzindo padrões de saúde, doença, incapacidade e morte. “Essa sensação de estresse altera a forma como a gente se alimenta. A gente tende a procurar mais alimentos ultraprocessados e hiperpalatáveis como uma forma de compensação dessa situação estressante que a gente está passando”, disse a Dra. Raquel Canuto, professora do Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde e uma das autoras do artigo.

O público que participou da pesquisa corresponde a moradores de áreas vulneráveis e não vulneráveis do Centro de Porto Alegre. Com 400 respondentes entre 20 e 70 anos de idade, o estudo é o primeiro do gênero a ser realizado no Estado.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da UFRGS.

Fonte: UFRGS.

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