Notícia

UFSJ examina planta tóxica confundida com a couve

O aspecto parece com o da couve, mas na verdade trata-se da “falsa couve”, charuteira, couve do mato e couve mostarda – nomes populares da nicotiana glauca

Divulgação

Fonte

UFSJ | Universidade Federal de São João Del Rei

Data

quarta-feira, 11 julho 2018 10:00

Áreas

Agricultura

A foto desta matéria te faz lembrar alguma folha comestível bastante comum nos lares brasileiros? O aspecto parece com o da couve, mas na verdade trata-se da “falsa couve”, charuteira, couve do mato e couve mostarda – nomes populares da nicotiana glauca, uma planta facilmente encontrada na região das Vertentes. A diferença entre os dois vegetais é a toxicidade, fato que já levou algumas pessoas da região para o hospital e causou a morte de uma delas.

No entanto, o caso mais recente que envolveu a confusão entre as plantas aconteceu no Piauí, na cidade de Teresina. No dia 6 de junho, seis pessoas foram intoxicadas após tomarem um suco de laranja misturado com a folha semelhante à couve. O professor do curso de Farmácia do Campus Centro-Oeste Dona Lindu da UFSJ (CCO), João Maximo de Siqueira, estuda o teor tóxico da falsa couve e alerta que ela pode ser encontrada em várias regiões do país: “Estou sempre encontrando por aqui, já encontrei em Cabo Frio e também em São Pedro da Aldeia”.

A nicotiana glauca é da mesma família que a nicotiana tabaco, nome científico da folha do fumo. Entretanto a anabasina – substância presente na falsa couve – é cinco vezes mais potente que a nicotina e a ingestão da folha causa um quadro sério de intoxicação. Seus primeiros sintomas são vômito e mal-estar, mas ela ainda pode causar a perda dos movimentos das pernas e até parada respiratória. Há registro, inclusive, de um caso na zona rural de Divinópolis: um casal ingeriu a couve do mato e procurou o hospital logo após apresentarem os sintomas de intoxicação. Por já ter outra doença e se tratar de uma pessoa idosa, um dos pacientes não resistiu e faleceu.

Identificação

É importante saber identificar os detalhes da falsa couve para evitá-la e, assim, prevenir a intoxicação. O professor do curso de Biologia da UFSJ, Marcos Sobral, foi o botânico responsável por identificar a falsa couve na região em parceria com o professor João Máximo, e destaca a importância de se observar as flores da planta: “A identificação é feita pelo estudo da flor. As pessoas que conhecem bem a planta até reconhecem pelas folhas, mas, pra ter certeza, é fundamental a análise das flores.”

Estudando a toxicidade da falsa couve

Como as flores da couve mostarda dependem da estação do ano em que ela se encontra, o professor João Maximo desenvolve, com o auxílio de estagiários do curso de Biologia, um estudo de sazonalidade no Centro de Informações Sobre Medicamentos, Plantas Medicinais e Tóxicas (CIMPLAMT). O trabalho envolve observar o teor da substância tóxica presente na nicotiana glauca ao longo de um ano de coleta.

“Achamos uma pessoa que tinha a planta em sua chácara, ela protegeu o espécime e nós coletamos sistematicamente todo o mês nos diferentes estágios da planta. Além disso, fizemos o cultivo in vitro”. João Máximo explica que a coleta tem duração de um ano: “Ffzemos cultura de células para pegar a planta em todos os estágios que ela está para, afinal, definir qual a época mais tóxica dela”, explica o professor. A apuração dos resultados da pesquisa acontece entre julho e agosto deste ano.

CIMPLAMT

O CIMPLAMT vai além do trabalho com a falsa couve. Uma das ações importantes é a verificação de formulações falsas, como misturas sintéticas de anti-inflamatórios e corticóides vendidos como naturais.

Outra análise é a de plantas conhecidas por, supostamente, serem benéficas para o câncer. “Existem algumas plantas que atuam na patologia, mas não melhoram a doença porque a quantidade de princípios ativos presentes é muito baixa, e acaba causando mais efeitos colaterais”, explica o professor. Nesse caso – o da babosa, por exemplo -, o CIMPLAMT procura realizar um trabalho de esclarecimento.

Acesse a notícia completa na página da UFSJ

Fonte: ASCOM, UFSJ. Imagem: Divulgação

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