Notícia

Pesquisadores transformam resíduos de cervejaria em matéria-prima para produção de alimentos

Para o pesquisador os resultados da pesquisa são inovadores, pois consistem na transformação de um resíduo considerado lixo no setor agroindustrial em algo necessário, com potencial, eficiência, viabilidade e acessibilidade

Divulgação, UFPR

Fonte

UFPR | Universidade Federal do Paraná

Data

sexta-feira, 12 novembro 2021 10:25

Áreas

Agronomia. Biotecnologia. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Engenharia de Alimentos. Sustentabilidade

Uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós Graduação em Agronomia – Produção Vegetal da Universidade Federal do Paraná (PGAPV/UFPR) utiliza resíduos descartados da produção cervejeira para produzir shiitakes (Lentinula edodes), um tipo de cogumelo comestível. O estudo de mestrado de Gabriel Dias de Oliveira, vai ao encontro das discussões mundiais sobre minimizar os impactos ambientais e propõe uma estratégia de agricultura sustentável ao propiciar a reutilização de biomassa (matéria orgânica), a reciclagem de nutrientes e a geração de novos produtos.

Gabriel Dias decidiu pesquisar sobre o assunto ao ser procurado pelo produtor e proprietário da Fazenda Cogumelos do Vale Europeu, em Santa Catarina. Ele explica que o contato aconteceu devido à quantidade de resíduos provenientes da produção de cervejas artesanais na região catarinense que, por serem de difícil destinação, geralmente são levados a aterros sanitários ou doados para criadores de gado, para a alimentação animal. Esse processo gera custos indesejáveis para a empresa.

O pesquisador então constatou que o bagaço do malte de cevada possui as características químicas exigidas pelos fungos que geram cogumelos comestíveis e poderia ser utilizado na fungicultura. “Assim conseguiríamos transformar um material que causa impacto ambiental e gera custo para as empresas que o produzem em uma matéria-prima viável e acessível para os produtores de cogumelos que necessitam de novas tecnologias para o setor se desenvolver”, explicou o pesquisador.

A tecnologia, uma nova matéria-prima eficiente para os produtores, mostrou-se funcional substituindo as matérias suplementares que já são utilizadas ou misturadas a elas. Para Gabriel Dias, os resultados da pesquisa são inovadores, pois consistem na transformação de um resíduo considerado lixo no setor agroindustrial em algo necessário, com potencial, eficiência, viabilidade e acessibilidade. “Do ponto de vista da agroindústria, é a transformação do custo em lucro. Do ponto de vista do setor agrícola da produção de cogumelos comestíveis, significa evolução, inovação e crescimento produtivo, tendo em vista as projeções favoráveis de crescimento que o setor da fungicultura tem pelo mundo”, afirmou Gabriel Dias.

Apesar das adversidades que enfrentou durante o desenvolvimento da investigação no mestrado, como poucas pesquisas na área e dificuldade em conseguir parcerias, a realização do estudo foi também uma realização pessoal para o pesquisador. “Eu quero fazer a diferença para as pessoas e desenvolver esta pesquisa me permitiu isso. Trouxe um sentimento de que eu posso e consigo ajudar” relatou o pesquisador.

Gabriel Dias teve contato com a tradição da vida rural em sua cidade de origem, Venda Nova do Imigrante, no interior do estado do Espírito Santo. Essa vivência o ensinou a enfrentar as dificuldades e o instigou a se mudar para Curitiba e persistir na pesquisa. “Sempre me alimentei com esse sonho de fazer a diferença no mundo e sei que tenho capacidade e potencial para isso. Desde muito cedo estive envolvido com tradições e conceitos de vida simples e bonitos da vida rural, os quais trago sempre comigo para não ceder às dificuldades”, relembrou.

Para a orientadora da pesquisa, a professora Dra. Francine Lorena Cuquel, do Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade da UFPR, a excelência do estudo está em usar a reciclagem ecológica para produzir um alimento saudável.

A dissertação de mestrado foi defendida em junho de 2021 e, em julho, Gabriel Dias ingressou no doutorado, buscando dar continuidade às descobertas. Nessa nova etapa, ele espera que o estudo permita encontrar caminhos para inserir o uso dos resíduos na fungicultura em escala comercial. “Descobrimos que é possível o uso deste resíduo, mas ainda existem problemas a serem resolvidos para que ele possa ser inserido e utilizado no mercado agrícola pelos produtores”, explicou o doutorando.

Acesse a notícia completa na página da UFPR.

Fonte: Letícia Barbosa Ribeiro – orientação de Jéssica Tokarski – UFPR. Imagem: Divulgação, UFPR.

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