Notícia

Novas descobertas sobre o efeito da “gordura marrom” em humanos

Fonte

Universidade Médica de Viena

Data

quarta-feira, 29 abril 2020 14:40

Áreas

Nutrição Clínica

Uma exposição breve e moderada ao frio pode ajudar as pessoas com tecido adiposo marrom a queimar 15% mais calorias do que as pessoas que não têm esse tipo de tecido adiposo. Essa é a principal descoberta de um estudo publicado na revista científica Clinical Journal of Endocrinology & Metabolism. Ao contrário do tecido adiposo branco, o tecido adiposo marrom queima calorias através da oxidação de ácidos graxos e produção de calor e é considerado um alvo altamente promissor na luta contra a obesidade generalizada – esse processo pode ser ativado pela exposição ao frio. “Esses dados melhoram nossa compreensão de como a gordura marrom se comporta nos seres humanos”, disse o Dr. Florian W. Kiefer, líder da Divisão de Endocrinologia e Metabolismo do Departamento de Medicina da Universidade Médica de Viena (MedUni Vienna), na Áustria.

Em humanos e mamíferos, geralmente é feita uma distinção entre pelo menos dois tipos de depósitos de gordura, tecido adiposo branco e marrom. O tecido adiposo branco ocorre com muito mais frequência no corpo humano, armazena gordura e está predominantemente localizado nas conhecidas almofadas gordurosas do abdômen e partes inferior e parte superior das coxas. Quando o corpo precisa de mais energia, pode recorrer a esses depósitos. Por outro lado, a gordura marrom queima energia, liberando calor. No entanto, à medida que as pessoas envelhecem ou ganham excesso de peso, o número dessas células diminui constantemente.

Alguns adultos ainda têm gordura marrom, mas a maior proporção de sua gordura corporal é composta de gordura branca. Nos adultos, a gordura marrom está localizada na base da área do pescoço/garganta e no tórax. A gordura marrom é considerada a central térmica do corpo humano. Os bebês possuem boa quantidade de gordura marrom, que ajuda a impedir que esfriem demais.

Gordura marrom

Os pesquisadores usaram um equipamento PET scan para identificar dois grupos de voluntários – aqueles com e sem tecido adiposo marrom ativo. Eles analisaram a função e o consumo de energia do tecido adiposo marrom nessas pessoas antes e após uma breve exposição ao frio e descobriram que o grupo com tecido adiposo marrom ativo não apenas queimou significativamente mais calorias, como também tinha um perfil de ácidos graxos mais saudável no sangue.

“Descobrimos que pessoas com tecido adiposo marrom ativo consomem 20 kcal a mais do que aqueles que não têm”, ressaltou o Dr. Kiefer.

“Além disso, as pessoas com tecido adiposo marrom ativo apresentaram maiores concentrações de ácidos graxos anti-inflamatórios, enquanto os níveis de alguns dos ácidos graxos prejudiciais, que contribuem para o diabetes e para as doenças cardíacas, foram mais baixos. Isso nos mostra que precisamos estudar o tecido adiposo marrom humano em mais detalhes para verificar se a ativação desse órgão pode nos proteger de doenças metabólicas e cardiovasculares “, concluiu o pesquisador.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia na página da Universidade Médica de Viena (em inglês).

Fonte:Universidade Médica de Viena.  Imagem: Visualização de células de gordura marrom em microscopia eletrônica. Fonte: Escola de Saúde Pública de Harvard.

 

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