Notícia

Fibra de caju processada em laboratório previne obesidade em animais

A fibra controlou o peso, a gordura abdominal, o apetite e preveniu o aumento da glicemia, das taxas de insulina no sangue e da gordura no sangue (triglicerídeos)

Ana Elisa Sidrim, Embrapa

Fonte

EMBRAPA | Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Data

quinta-feira, 12 setembro 2019 16:05

Áreas

Biotecnologia. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Engenharia de Alimentos

Fibras do bagaço de caju tratadas em laboratório para retirada de açúcares e outros compostos de baixo peso molecular foram capazes de inibir a obesidade em camundongos submetidos a dieta hipercalórica. Os animais receberam uma dieta rica em gorduras durante 15 semanas. Uma parte dos animais recebeu também a fibra processada em laboratório. O resultado animou os cientistas da Embrapa Agroindústria Tropical (CE) e da Universidade Federal do Ceará (UFC) que realizaram a pesquisa.

A fibra controlou o peso, a gordura abdominal, o apetite e preveniu o aumento da glicemia, das taxas de insulina no sangue e da gordura no sangue (triglicerídeos). Preveniu também o processo inflamatório e reduziu a lesão hepática causada pela dieta hipercalórica.

Na obesidade, o organismo passa a apresentar resistência aos hormônios que atuam no controle da saciedade, fazendo com que o indivíduo sinta mais fome, explica a nutricionista Dra. Diana Valesca Carvalho, professora da UFC e uma das responsáveis pelo experimento. No estudo, apesar de os animais consumirem uma dieta hipercalórica, eles mantiveram normais os níveis de leptina e insulina e reduziram a grelina, o hormônio relacionado à fome, o que representou o controle da saciedade.

Utilizando a técnica da Ressonância Magnética Nuclear, os pesquisadores descobriram que havia ácidos graxos de cadeia curta no soro e nas fezes dos animais que receberam a fibra processada. A presença desses ácidos graxos está associada ao controle da saciedade e à promoção do crescimento da flora bacteriana benéfica, que auxiliam o controle do peso corporal. “Provavelmente todos esses efeitos que a fibra provocou na prevenção da obesidade dos animais sejam decorrentes da produção dos ácidos graxos de cadeia curta”, diz a Dra. Diana Carvalho.

Ela esclarece que a presença desses ácidos significa que a fibra fermentou no intestino. O achado é relevante porque 80% da fibra do caju é insolúvel e normalmente os estudos científicos associam as fibras solúveis a esse tipo de fermentação. “Nossa perspectiva é avaliar, futuramente, os efeitos dessa fibra na microbiota intestinal”, anuncia. Conforme a professora, também deve ser avaliado nos próximos estudos o efeito do potencial dessa fibra para a prevenção da obesidade em humanos.

Espaço para as fibras de frutas

“Existem poucos estudos com fibras de frutas, principalmente como ingredientes. A esmagadora maioria do conhecimento é sobre fibra de cereais. É um universo todo a ser explorado”, explica o pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical Dr. Edy Brito. Ele coordena o Laboratório Multiusuário de Química de Produtos Naturais, onde foram realizados os testes químicos com o bagaço de caju.

Segundo o Dr.Brito, a perspectiva é contribuir para o desenvolvimento de um novo ingrediente para a indústria alimentícia, a partir de uma matéria-prima regional com bom potencial funcional e nutricional.

Acesse a notícia completa na página da Embrapa.

Fonte: Verônica Freire, Embrapa Agroindústria Tropical. Imagem: Ana Elisa Sidrim, Embrapa.

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