Notícia
Estudo mostra respostas inflamatórias significativas após refeições
Pessoas com mais gordura corporal e maior índice de massa corporal (IMC) foram mais propensas a ter níveis mais elevados de inflamação após a alimentação
Travis Yewell, via Unsplash
Fonte
King's College London
Data
segunda-feira, 14 junho 2021 06:10
Áreas
Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Saúde Pública
Estudo, publicado na revista científica American Journal of Clinical Nutrition, é o maior estudo global aprofundado sobre a inflamação pós-prandial. Os pesquisadores descobriram que a inflamação, desencadeada por alimentos, varia amplamente entre os indivíduos.
Pesquisadores do King’s College London, no Reino Unido, e da empresa de ciências da saúde ZOE foram capazes de identificar pela primeira vez a influência relativa dos níveis de açúcar e de gordura no sangue na inflamação, demonstrando uma ligação mais forte com as respostas de gordura no sangue do que o açúcar no sangue. Essas descobertas destacam o potencial de estratégias personalizadas para reduzir a inflamação crônica na saúde preventiva.
Liderado pela Dra. Sarah Berry e sua equipe, em colaboração com o Hospital Geral Massachusetts e outros pesquisadores nos EUA, Reino Unido, Itália, Espanha e Suécia, o estudo PREDICT convidou 1.002 adultos saudáveis que participam do programa de pesquisa PREDICT. Todos receberam duas refeições padronizadas para consumir, cada uma contendo quantidades precisas de gordura, carboidrato, fibra e proteína: café da manhã (um muffin e um milkshake) e merenda 4 horas depois (um muffin).
Os pesquisadores coletaram amostras de sangue dos participantes antes da refeição matinal e em nove pontos ao longo do dia. Estes foram então analisados para medir os níveis de gordura e açúcar no sangue em diferentes momentos, juntamente com os níveis de dois marcadores de inflamação, interleucina 6 (IL-6) e acetilação de glicoproteína (GlycA). Os pesquisadores também reuniram dados detalhados sobre a saúde dos participantes, incluindo informações sobre sua dieta típica, uma amostra fecal para análise do microbioma e exame de gordura corporal.
Os pesquisadores descobriram que os níveis de inflamação após o consumo variaram amplamente entre os participantes, incluindo gêmeos idênticos, embora todos fizessem as mesmas refeições nos mesmos intervalos.
Pessoas com mais gordura corporal e maior índice de massa corporal (IMC) foram mais propensas a ter níveis mais elevados de inflamação após a alimentação, apoiando as evidências atuais de que o controle da obesidade reduzirá a carga inflamatória crônica. Os níveis de inflamação também tendem a ser mais elevados em homens do que em mulheres, e em participantes mais velhos do que nos mais jovens.
Várias estratégias foram recomendadas para reduzir o impacto da inflamação após as refeições.
- Controle as respostas prejudiciais à gordura no sangue, escolhendo alimentos integrais que são mais ricos em fibras e proteínas magras, aumentando a ingestão de gorduras ômega-3 saudáveis de fontes como peixes, nozes e sementes e reduzindo a gordura corporal geral
- Controle as respostas prejudiciais ao açúcar no sangue escolhendo alimentos que contenham carboidratos complexos e fibras, como grãos integrais, frutas e vegetais, e limitando alimentos processados com açúcar e refrigerantes
- Reduza a inflamação depois do consumo escolhendo alimentos que são ricos em moléculas bioativas “anti-inflamatórias”, como polifenóis, encontrados em frutas e vegetais coloridos e outros alimentos á base de plantas
- Entenda sua biologia e escolha alimentos com menor probabilidade de causar respostas prejudiciais à gordura ou açúcar no sangue após consumo
O Dr. Tim Spector, professor de Epidemiologia Genética da King’s e cofundador científico da ZOE, acrescenta: “Resultados anteriores de nosso estudo PREDICT mostraram que a combinação de micróbios que vivem em nossos intestinos, conhecida como microbioma intestinal, está intimamente ligada à forma como respondemos aos alimentos, especialmente à gordura. Também descobrimos que a composição do microbioma está fortemente associada aos níveis de GlycA, abrindo a porta para a redução da inflamação relacionada aos alimentos e melhorando a saúde por meio da manipulação do microbioma. ”
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página do King’s College London (em inglês).
Fonte: King’s College London. Imagem: Travis Yewell, via Unsplash.
Em suas publicações, o Canal Nutrição da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Canal Nutrição tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Canal Nutrição e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Nutrição, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.
Por favor, faça Login para comentar