Notícia

Estudo investigou reflexo da covid-19 no aleitamento materno e na alimentação complementar em bebês

Pesquisa apontou que a pandemia e o distanciamento social foram fatores de risco para o aleitamento materno

Icaro Mendes, via Pexels

Fonte

UFRGS | Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Data

terça-feira, 18 janeiro 2022 10:10

Áreas

Nutrição Materno Infantil. Saúde Pública

Um estudo apresentado no último Salão de Iniciação Científica (SIC) expôs dados relevantes a respeito do aleitamento materno e do oferecimento de alimentação complementar a bebês no contexto da pandemia de covid-19. A pesquisa avaliou três desfechos – a interrupção do aleitamento materno, o aleitamento materno exclusivo aos seis meses do bebê e a introdução da alimentação complementar antes dessa faixa etária – em períodos antes e durante a pandemia. A partir de entrevistas com 395 puérperas (mulheres que deram à luz há pouco tempo) atendidas na maternidade do Hospital de Clínicas de Porto Alegre entre os anos de 2019 e 2021, as pesquisadoras observaram que a pandemia representou um fator de risco para o aleitamento materno.

Os resultados encontrados indicam que, das mulheres entrevistadas que amamentavam seus filhos antes da pandemia, 69,4% delas mantiveram a amamentação durante a covid-19; a porcentagem das que prosseguiram com o aleitamento materno exclusivo aos seis meses durante a pandemia caiu para 31,9% quando comparada aos índices do período pré-pandêmico.

No geral, as mulheres entrevistadas durante o período de distanciamento social apresentaram risco 34% menor de ofertar alimentação complementar antes do sexto mês de vida da criança em comparação com os dados de antes da pandemia. Mães que seguiram trabalhando fora de casa nesse período, contudo, tiveram um risco 24% maior de não estar amamentando de forma exclusiva aos seis meses e 64% maior de iniciar a alimentação complementar antes do sexto mês de vida.

Fator protetor versus fator de risco

Dulce Zuchini bolsista de Iniciação Científica e estudante de Nutrição pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que trabalhou no projeto, destaca as diferentes percepções que teve no início e durante o desenvolvimento do estudo. “Achávamos inicialmente que a pandemia seria um fator protetor, mas foi, na verdade, mais um fator de risco. O período aumentou a incidência das mulheres que não conseguiram amamentar exclusivamente até os seis meses, pelo menos se comparado com o grupo pré-pandemia”. Por outro lado, o trabalho remoto acabou se tornando um elemento protetor para as mulheres que não precisavam sair de casa, nos tópicos de aleitamento exclusivo e na introdução da alimentação complementar em tempo oportuno.

Dulce observa que os dados produzidos no seu trabalho são preliminares e alega que podem servir de precedente para futuros estudos maiores, usando essas amostras como base de referência. Ela ressalta que o mais urgente é promover informação sobre amamentação e incentivos da sociedade ao aleitamento. “Muitas dessas informações foram perdidas por causa do medo e da falta de comunicação, inclusive sobre o aleitamento. Elas ficaram com medo que [a covid-19] fosse transmissível também pelo leite materno”, comenta. Orientadora de Dulce, a professora Dra. Michele Drehmer do Departamento de Nutrição da UFRGS  complementa a necessidade de se terem atendimentos presenciais nos serviços de saúde para melhorar o suporte a gestantes e puérperas.

Confira a matéria completa no Jornal da Universidade – Ciência.

Acesse a notícia na página da UFRGS.

Fonte: Gabhriel Giordani, UFRGS – Jornal da Universidade – Ciência.  Imagem: Icaro Mendes, via Pexels.

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