Notícia

Estudo analisou o impacto do óleo de fritura reutilizado na evolução do câncer de mama

Os compostos presentes em óleos de fritura que são repetidamente reaquecidos a altas temperaturas podem desencadear a proliferação celular e metástases em tumores de mama

Glen MacLarty, Wikimedia Commons

Fonte

Universidade de Illinois em Urbana-Champaign

Data

sábado, 23 março 2019 13:50

Áreas

Ciência e Tecnologia de Alimentos . Nutrição Clínica. Nutrição de Coletividades. Saúde Pública

Estudo em camundongos sugere que o consumo de compostos químicos encontrados em óleo de cozinha submetido a altas temperaturas pode desencadear mudanças genéticas que promovem a evolução do câncer de mama em estágio avançado. Ou seja, o óleo de cozinha reaquecido a altas temperaturas pode atuar como um gatilho toxicológico que promove a proliferação de células tumorais, metástases e alterações no metabolismo lipídico. A descoberta foi feita por cientistas da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, nos Estados Unidos, e publicada na revista científica Cancer Prevention Research.

Depois de consumir uma dieta com baixo teor de gordura durante uma semana, um grupo de camundongos foi alimentado com óleo de soja natural, não aquecido, enquanto outro grupo consumiu óleo submetido a altas temperaturas durante 16 semanas. O óleo de soja foi utilizado no estudo por causa de seu uso comum em frituras pelos serviços de alimentação.

Os cientistas da Universidade de Illinois simularam o câncer de mama em estágio avançado, injetando células de câncer 4T1 em uma tíbia de cada camundongo. As células 4T1 são uma forma agressiva da doença que pode fazer metástase espontaneamente para múltiplos locais no corpo, incluindo os pulmões, fígado e gânglios linfáticos, de acordo com o estudo.

Vinte dias após a inoculação com as células tumorais, os tumores primários nas tíbias dos ratos que consumiram o óleo reutilizado submetido a altas temperaturas tiveram mais de quatro vezes o crescimento metastático que os camundongos que consumiram o óleo de soja natural sem ter sido submetido a aquecimento. “Havia o dobro de tumores no pulmão, e eles eram mais agressivos e invasivos”, disse o Dr. William G. Helferich, professor de Ciência dos Alimentos e Nutrição Humana da Universidade de Illinois, que liderou a pesquisa.

“Eu inicialmente presumi que esses nódulos nos pulmões eram pequenos clones, mas eles não eram. Eles passaram por transformação para se tornarem mais agressivos. As metástases no grupo que consumiu o óleo sem ter sido submetido a aquecimento estavam lá, mas não eram tão invasivas ou agressivas, e a proliferação não foi tão extensa ”, disse o Dr. Helferich.

Ao examinar os dois grupos de camundongos, os cientistas descobriram que os tumores metastáticos de pulmão naqueles que consumiam óleo de fritura submetido a altas temperaturas expressavam significativamente mais uma proteína-chave, a Ki-67, que está estritamente associada à proliferação celular. A expressão gênica no fígado desses animais também foi alterada. Quando os pesquisadores conduziram a análise de sequenciamento de RNA, eles encontraram 455 genes nos quais a expressão era pelo menos duas vezes maior do que nos camundongos que tinham consumido o óleo sem ter sido submetido a aquecimento.

“As vias gênicas alteradas foram associadas ao estresse oxidativo e ao metabolismo de substâncias estranhas”, afirmou a pesquisadora Ashley W. Oyirifi.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign (em inglês).

Fonte: Sharita Forrest, Universidade de Illinois. Imagem: Glen MacLarty, Wikimedia Commons.

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