Notícia

Brexit impacta no consumo de frutas e verduras e no risco de doenças cardíacas no Reino Unido

O Brexit pode levar ao aumento dos custos de frutas e vegetais importados, diminuindo significativamente o consumo

Pxhere

Fonte

Universidade de Liverpool

Data

terça-feira, 29 janeiro 2019 13:55

Áreas

Agricultura. Agronegócio. Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Saúde Pública

O Brexit pode contribuir para milhares de mortes por ataques cardíacos e derrames até 2030, de acordo com uma pesquisa publicada na revista científica BMJ Open.

O Reino Unido é altamente dependente das importações de frutas e vegetais – 84% e 48%, respectivamente, conforme dados de 2017. Em um dos primeiros estudos do impacto do Brexit sobre a importação de alimentos e da saúde pública, pesquisadores da Universidade de Liverpool e do  Imperial College de Londres  examinaram como os diferentes cenários do Brexit levariam ao aumento dos custos de frutas e vegetais importados, resultando no consumo significativamente menor destes produtos, potencializando o aumentando do risco de doenças cardiovasculares (DCV).

Os resultados revelam que todos os cenários comerciais reduziriam a ingestão de frutas e legumes no Reino Unido, sendo mais prejudicial para a saúde pública – reduzindo o consumo e contribuindo para uma estimativa de 12.400 mortes adicionais por DCV entre 2021 e 2030.

Dieta rica em frutas e legumes frescos está ligada a um menor risco de problemas graves de saúde, incluindo doenças cardíacas, câncer e derrame – a Organização Mundial de Saúde aconselha as pessoas a comerem uma média de cinco porções por dia. No entanto, um grande percentual de frutas e vegetais consumidos no Reino Unido são  importados da União Europeia (UE) e dos países não pertencentes à UE.

No último estudo, os pesquisadores utilizaram dados publicamente disponíveis para calcular o impacto potencial de tarifas comerciais e outras taxas sobre o preço das frutas e vegetais importados, o impacto sobre o quanto os consumidores consumiriam e o aumento do risco associado de DCV.

A equipe usou dados da Organização Mundial do Comércio e da HM Revenue and Customs para modelar o impacto de diferentes cenários no Brexit sobre o preço de frutas e vegetais  importadas, incluindo: um acordo de livre-comércio com a UE e outros países; um acordo de livre-comércio com a UE e um Brexit sem acordos comerciais. Os cenários assumiram um aumento nas tarifas comerciais e nos custos de transação – custos adicionais para o aumento dos controles de fronteira – que o Reino Unido terá que pagar por bens importados quando deixar a UE.

O consumo médio de frutas e vegetais por adultos (25 anos ou mais) considerou os resultados de uma pesquisa nacional sobre nutrição e o impacto da ingestão de frutas e vegetais no risco de DCV considerou meta-análises de estudos longitudinais.

O professor Dr. Martin O’Flaherty, da Universidade de Liverpool, e um dos autores do estudo, acrescentou: “Nossos resultados são consistentes com outras pesquisas sugerindo que o Brexit aumentaria o preço de frutas e legumes. As dietas não saudáveis ​​são um dos principais impulsionadores de problemas de saúde no Reino Unido e um fator crítico para lidar com doenças crônicas. Ficar dentro da União Europeia é a melhor opção para proteger a saúde pública”.

O professor Dr. Christopher Millett, da Escola de Saúde Pública do Imperial College de Londres, outro autor da pesquisa, explicou: “a saída do Reino Unido da União Europeia há muito é enquadrada em termos de sua importância política e social. Mas este estudo mostra que o impacto do Brexit vai muito além da economia e pode afetar o risco de doença das pessoas. O governo do Reino Unido deve considerar as implicações para a saúde pública das opções de política comercial do Brexit, incluindo mudanças no preço dos principais grupos alimentares”.

A pesquisadora Paraskevi Seferidi,  do Imperial College, reforçou: “O Reino Unido é altamente dependente de importações, especialmente para frutas e vegetais frescos. Estes têm um forte efeito protetor na saúde. Nosso artigo ilustra, pela primeira vez, o potencial negativo do Brexit sobre os preços de frutas e verduras, redução do consumo e aumento de doenças cardíacas.

Acesse o artigo completo na revista científica (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Liverpool (em inglês).

Fonte: Universidade de Liverpool. Imagem: Pxhere.

 

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