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Agroecologia favorece a saúde do cultivo e pode ser chave no combate às mudanças climáticas

Com foco na biodiversidade, sistemas agroecológicos têm custo de produção menor e podem chegar a produzir 70 toneladas de alimento por hectare

Pixabay

Fonte

FoRC | Centro de Pesquisa em Alimentos

Data

segunda-feira, 29 novembro 2021 09:55

Áreas

Agricultura. Agronomia. Biotecnologia. Ciências Agrárias. Ciência e Tecnologia de Alimentos

A agroecologia é uma diretriz de práticas agrícolas que preconiza o incremento da biodiversidade, o baixo uso de insumos externos, a ciclagem de nutrientes dentro da propriedade, a eliminação do uso de agroquímicos sintéticos e o equilíbrio de todos os seres vivos que compõem o sistema agrícola. Para isso, uma das principais estratégias é o cultivo consorciado de diferentes espécies. As chamadas agroflorestas, por exemplo, reúnem espécies arbóreas e cultivos anuais agrícolas. Segundo a engenheira agrônoma Dra. Florence Castelan, um sistema agroecológico tende a ter plantas mais saudáveis, com potencial de produzirem alimentos de melhor qualidade.

Um estudo do Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC – Food Research Center), com participação da Dra. Castelan, na época doutoranda da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, já mostrou que a biodiversidade beneficia diversos aspectos da produção de banana, chegando a reduzir em 40% a ocorrência de doenças na planta. A pesquisa foi feita na região do Vale do Ribeira, em São Paulo. “Como sistemas convencionais e agroecológicos são muito diferentes e têm muitas particularidades, tornando muito complexa a sua comparação, nós analisamos duas áreas de um único sistema convencional de monocultivo, tratado com adubos e agroquímicos sintéticos: uma área localizada no centro do cultivo e a outra na margem, onde 60% do perímetro é rodeado de mata nativa”, afirma a Dra. Castelan.

As bananas colhidas no centro do cultivo apresentavam um estresse metabólico muito maior, com amadurecimento precoce e heterogêneo, e eram mais suscetíveis a pragas, enquanto as frutas colhidas no cultivo próximo à mata atlântica eram mais homogêneas (na aparência e no tempo de amadurecimento), duravam mais e tinham menos doenças. “Nossos resultados indicam que o monocultivo coloca a planta em uma situação de estresse e a biodiversidade adjacente à área de cultivo pode mitigar esse estresse, protegendo a planta de doenças e melhorando a qualidade das frutas”.

A pesquisadora explica que sistemas agroecológicos produzem frutas mais saudáveis do ponto de vista agroquímico – pois não se utiliza agroquímicos sintéticos – e possivelmente com mais compostos bioativos e nutrientes, já que a biodiversidade facilita a ciclagem de nutrientes. No entanto, tudo depende das especificidades de cada sistema. “A variação dentro de um mesmo sistema, seja convencional ou agroecológico, é tão grande que é difícil comparar e determinar qual gera mais nutrientes”.

Menor custo e alta produtividade

Por utilizar uma única espécie, o monocultivo resulta em uma maior pressão de pragas e doenças, além de aumentar a competição nutricional, já que as plantas buscam nutrientes na mesma profundidade do solo. Já o policultivo, que faz parte das diretrizes da agroecologia, proporciona menos competição por nutrientes, um custo de produção cerca de 15 vezes menor e um maior equilíbrio dos microrganismos presentes no bioma.

De acordo com a Dra.Florence Castelan, a desvantagem do policultivo é a menor produtividade por espécie – no entanto, isso não significa que a produtividade é baixa: ela ressalta que sistemas agroecológicos podem ser tão produtivos (ou mais) do que os convencionais, chegando a produzir 70 toneladas de alimentos diferentes por hectare. “Existem diferentes consórcios com eficácia comprovada que já são utilizados, como abóbora, milho e feijão, conhecido como MILPA; ou cacau, coco e pimenta do reino, muito comum na Bahia”, disse a pesquisadora.

Acesse a notícia completa na página da FoRC.

Fonte: FoRC. Imagem: Pixabay.

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