Notícia

A couve kale, ou couve-de-folhas, pode ser uma aliada da saúde

Além de ser uma importante fonte de fibras, proteínas, vitaminas e minerais, as propriedades benéficas da couve kale se devem principalmente à presença de compostos chamados fitoquímicos, que podem representar uma proteção à saúde

Pixabay

Fonte

Instituto Tecnológico e de Estudos Superiores de Monterrey

Data

sábado, 3 outubro 2020 12:40

Áreas

Biotecnologia. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Gastronomia. Nutrição Funcional

Se fosse feita uma viagem no tempo até um hospital no início do século XX, poderia ser observado que a maioria das mortes foi causada por doenças transmissíveis ou infecciosas, como pneumonia, tuberculose ou infecções gastrointestinais.

Hoje o quadro é muito diferente porque as melhorias nas condições de higiene e os inúmeros avanços médicos dos últimos 100 anos contribuíram para o aumento da expectativa de vida e mudaram radicalmente as principais causas de morte. As doenças não transmissíveis, principalmente problemas cardiovasculares, câncer, doenças respiratórias crônicas e diabetes, são responsáveis ​​por quase 63% das mortes que ocorrem no mundo.

Além disso, as doenças não transmissíveis não apenas deslocaram as doenças transmissíveis em frequência, mas também representam uma proporção substancial dos gastos econômicos para o paciente, para a família e o sistema de saúde pública globalmente. Os custos estão associados principalmente à alta prevalência dessas doenças e ao aparecimento de doenças a elas associadas ou secundárias.

A redução do risco de adoecer por doenças não transmissíveis tem despertado grande interesse, pois a prevenção é uma estratégia melhor do que o tratamento. O consumidor está cada vez mais informado sobre seu autocuidado e busca adquirir produtos que beneficiem sua saúde, promovendo profundas mudanças em seu estilo de vida e alimentação.

Por isso, o Grupo de Pesquisa com Enfoque Estratégico em Bioprocessos do Centro de Biotecnologia da Escola de Engenharia e Ciências do Instituto Tecnológico de Monterrey, no México, concentra seus esforços científicos na produção de alimentos funcionais, como por exemplo a couve kale. Os alimentos funcionais são importantes não apenas por suas propriedades nutricionais, mas também por desempenharem um papel definido na proteção da saúde.

A couve kale

A couve kale, ou couve-de-folhas, é um vegetal caracterizado por folhas verdes ao longo do caule, um sabor doce e levemente amargo que à primeira vista parece ser uma mistura de alface e acelga. Há algumas variedades de kale para explorar e experimentar, diferenciadas principalmente por tons de cor, altura de crescimento e tipo de folha. No entanto, as variedades mais comumente encontradas em supermercados são o verde crespo, o vermelho russo, o preto toscano e o siberiano.

Nos últimos anos, a popularidade da couve kale cresceu por seus grandes benefícios à saúde. Comprovou-se que seu consumo tem potencial para reduzir o risco de câncer cervical, de mama, próstata, pâncreas, rins e pulmão, além de reduzir os níveis de colesterol no sangue e proteger contra gastrite e úlceras estomacais.

Proteção para a saúde

Além de ser uma grande fonte de fibras, proteínas, vitaminas e minerais, as propriedades benéficas da kale se devem principalmente à presença de compostos chamados fitoquímicos. Embora esses compostos não tenham função nutricional, por não serem substâncias essenciais ao organismo, seu consumo representa uma proteção à saúde da população.

Os fitoquímicos encontrados na couve kale incluem glucosinolatos, fenólicos e carotenoides. Porém, a concentração natural desses compostos nos alimentos nem sempre coincide com a dose diária recomendada para atingir um efeito protetor contra doenças.

Portanto, para que a couve kale seja um alimento funcional, é necessário aumentar a concentração de seus compostos fitoquímicos para atingir um nível que induza os efeitos desejados na saúde. Foi demonstrado que é possível aumentar a concentração de fitoquímicos em outras hortaliças, como cenoura e brócolis, graças à aplicação de estresse, ou seja, sujeitar a planta a condições ambientais adversas para estimular seus mecanismos de defesa. Esse estresse pode ser de outra natureza, por exemplo, radiação ultravioleta, aplicação de hormônios vegetais, modificação das condições de salinidade, temperatura, umidade e nutrientes do solo, entre outros.

Ciência Aplicada em Alimentos

Pesquisadores dos Grupos de Pesquisa em Abordagem Estratégica em Bioprocessos e Nutriômica do Tecnológico de Monterrey desenvolvem pesquisas conjuntas na caracterização de duas variedades de kale (verde frisado e russo avermelhado) com o objetivo de estabelecer seu uso como fonte de ingredientes funcionais. Os estresses selecionados para estimular o mecanismo de produção e acumulação dos compostos fitoquímicos da couve são a aplicação de selênio, enxofre e o hormônio vegetal metil jasmonato.

Até o momento, foi obtida a identificação individual dos compostos fitoquímicos presentes na couve e determinado o efeito que cada estresse exerce nas diferentes etapas de sua produção. Este trabalho de pesquisa se concentra nos efeitos dos fitoquímicos no corpo humano.

Em uma primeira etapa, as condições do sistema digestivo serão simuladas para observar o que acontece com a couve kale desde o primeiro consumo. O objetivo é ter uma visão geral de quais fitoquímicos são absorvidos pelo corpo humano em cada estágio da digestão e quais são eliminados.

Os compostos que são absorvidos são aqueles que têm maior potencial para serem aliados da saúde, portanto seus efeitos biológicos em células humanas e em um modelo animal serão analisados ​​posteriormente.

Formas de consumo

A couve kale pode ser consumida em saladas, cremes, molhos, molhos para massas ou chips. Pode ser consumida na forma crua, cozida no vapor e até assada. No entanto, a forma mais nutritiva de consumi-la é em suco, pois evita uma perda valiosa de nutrientes e fitoquímicos pela exposição ao calor e os torna mais disponíveis ao quebrar as fibras das folhas. Da mesma forma, para atingir a dose recomendada de compostos benéficos à saúde, recomenda-se consumir cerca de 1 xícara (30 g) de couve por dia e complementar sua dieta com outros alimentos como brócolis, repolho ou couve-flor.

Acesse a notícia completa na página do Instituto Tecnológico e de Estudos Superiores de Monterrey (em espanhol).

Fonte: Erika Ortega-Hernández, Instituto Tecnológico de Monterrey. Imagem: Pixabay.

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