Notícia

Omega-3 pode melhorar a saúde do cérebro em pessoas com doença cardíaca

Fonte

Associação Americana do Coração

Data

quarta-feira, 13 novembro 2019 12:00

Áreas

Nutrição Clínica. Nutrição Funcional. Saúde Pública

Um novo estudo constatou que a ingestão de suplementos de ácidos graxos ômega-3 está associada à melhoria da função cerebral em pessoas com doença arterial coronariana, que aumenta o risco de demência. O estudo incluiu 250 pessoas com doença arterial coronariana. Durante 30 meses, metade dos pacientes tomou suplementos de ômega-3; a outra metade serviu como um grupo de controle. O grupo que tomou os suplementos teve melhor coordenação, velocidade de reação, memória e recordação em um ano e aos 30 meses, em comparação com o grupo controle.

“Outros pesquisadores analisaram os ácidos graxos ômega-3 em pessoas que já têm comprometimento cognitivo ou demência. Mas as pessoas que analisamos eram cognitivamente saudáveis ​​e descobrimos que pode haver um benefício com os ácidos graxos ômega-3 antes do início do declínio cognitivo”, disse a Dra. Francine Welty, cardiologista da Escola Medica de Harvard, em Boston, e uma das pesquisadores do estudo.

Os ácidos graxos ômega-3 ajudam a construir as membranas celulares em todo o corpo e desempenham um papel importante na função cardíaca. O corpo precisa que eles funcionem, mas não os produz. A única maneira de obter ácidos graxos ômega-3 é se alimentar com peixes, óleos vegetais, nozes, linhaça e vegetais folhosos ou tomar suplementos alimentares que contenham óleo de peixe, embora os especialistas concordem que as pessoas devam conversar com seu médico antes de iniciar um suplemento.

A doença arterial coronariana, também conhecida como doença cardíaca coronária, é a forma mais comum de doença cardíaca nos EUA, afetando cerca de 16,5 milhões de americanos. Ocorre quando uma placa – em geral, uma coleção de gordura, colesterol e outras substâncias – se acumula dentro das paredes das artérias coronárias. Como a placa pode bloquear o fluxo sanguíneo, as pessoas com doença arterial coronariana correm alto risco de ataque cardíaco.

A demência abrange todas as doenças e distúrbios que causam alterações cerebrais anormais. As alterações no cérebro podem afetar as habilidades de pensamento, o comportamento e a capacidade de uma pessoa viver de forma independente e realizar tarefas diárias. A doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência.

Estudos anteriores descobriram que a doença arterial coronariana é um fator de risco para demência. Pensa-se que isso ocorre porque as doenças cardíacas reduzem o fluxo sanguíneo para o cérebro. Além disso, estudos demonstraram que o acúmulo de placa pode levar à doença arterial coronariana e à demência. Este tipo de demência é chamado de demência vascular.

A Dra. Welty disse que no estudo foi usada a dose mais alta de ácidos graxos ômega-3, aprovada pela agência reguladora americana FDA, e encontrada no óleo de peixe. “É realmente surpreendente que em 30 meses você veja que as pessoas que tomaram ácidos graxos ômega-3 não tiveram um declínio na função cognitiva e realmente tiveram benefícios, em comparação com aquelas que não os tomaram”, disse a Dra. Penny Kris-Etherton, uma especialista em nutrição cardiovascular na Faculdade de Saúde e Desenvolvimento Humano da Universidade Estadual da Pensilvânia

“Este é apenas um estudo, e eu gostaria de ver os resultados reproduzidos. Mas [estes resultados] nos dizem que, nesse nível, os ácidos graxos ômega-3 podem produzir algum benefício cognitivo”, disse a Dra.Kris-Etherton, que não estava envolvida na pesquisa.

Acesse a notícia na página da Associação Americana do Coração (em inglês).

Fonte: Associação Americana do Coração.  Imagem: Freepik.

Em suas publicações, o Canal Nutrição da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Canal Nutrição tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.