Produção Consciente

Pesquisa usa fungos para substituir plásticos e materiais de construção

Projeto permitirá uma mudança de comportamento do consumidor em relação às embalagens

Wikimedia Commons.

Fonte

UTFPR | Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Data

19 abril 2021

Áreas

Biotecnologia, Sustentabilidade

A agroindústria produz, deixa de aproveitar e descarta enormes quantidades de resíduos das sobras de suas produções. Na natureza, esses resíduos vegetais são ótimos locais para fungos, que desempenham um importante papel na reciclagem de nutrientes. Inspirados neste processo, pesquisadores da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) em Ponta Grossa desenvolveram um material que pode ser utilizado em substituição ao plástico, poliestireno expandido e outros materiais danosos ao meio ambiente no setor de embalagens e construção civil.

A tecnologia Mush, pioneira no Brasil, também deu nome à startup criada na UTFPR. Participam do projeto os pesquisadores Dr. Eduardo Bittencourt Sydney, Dr. Antônio Carlos de Francisco e Leandro Inagaki Oshiro.

“Nós produzimos nosso material a partir de cascas, bagaços, talos, serragem, entre outros, que servem como fonte de nutrientes e suporte para o crescimento de um fungo. Esse crescimento é feito em moldes e o produto final adquire o formato do molde utilizado. Por isso dizemos que desenvolvemos uma tecnologia que nos permite gerar soluções sustentáveis para vários mercados”, explica o professor Dr. Eduardo Bittencourt Sydney orientador do projeto .

Segundo os pesquisadores, ao final do processo, o fungo é inativado e o produto torna-se 100% seguro.

O pesquisador Dr. Carlos destaca ainda que o projeto permitirá uma mudança de comportamento do consumidor em relação às embalagens. “Nossa embalagem não será descartada no lixo e, inclusive, poderá ser reaproveitada na forma de fertilizante em hortas, por exemplo. Dessa forma, impactos ambientais relacionados ao uso de materiais de fonte não-renovável e à logística da reciclagem serão evitados”, completa.

Outra vantagem é o custo da produção. “Além de agregar valor à resíduos do agronegócio, o material é 100% biodegradável, de baixo custo de produção e resulta na produção de um material durável, leve, que apresenta resistência à chama, à umidade, resistência mecânica e faz absorção acústica”, acrescenta o estudante do curso de Engenharia Química, Leandro Inagaki Oshiro.

A Mush surgiu no Laboratório de Fermentações do curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia do Câmpus Ponta Grossa, no final de 2019, quando foi uma das selecionadas para o programa Sinapse da Inovação, promovido pelo Governo do Estado do Paraná por meio da Fundação Araucária, com o apoio do Sebrae e do Sistema Fiep. Em seu primeiro ano de vida, a empresa conquistou o primeiro lugar na “Órbita Agro” do reality show Rocket, realizado pela emissora RPC, recebeu uma premiação da Associação Brasileira de Cosmetologia e foi eleita TOP3 construtechs, como uma das mais inovadoras do Paraná.

Acesse a notícia completa na página da UTFPR.

Fonte: UTFPR, Ponta Grossa. Imagem: Wikimedia Commons.

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