Notícia

Vitamina D pode reduzir a agressividade do melanoma

A vitamina D influencia o comportamento de via de sinalização nas células de melanoma, tornando-as menos agressivas

Freepik

Fonte

Universidade de Leeds

Data

sexta-feira, 8 novembro 2019 10:10

Áreas

Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Saúde Pública

Pesquisadores da Universidade de Leeds, no Reino Unido, descobriram que a vitamina D influencia o comportamento de uma via de sinalização dentro das células de melanoma. No estudo, esta influência diminuiu o crescimento e impediu a propagação do melanoma para os pulmões em camundongos. Embora essa seja uma pesquisa inicial, os resultados podem levar a novas maneiras de tratar o melanoma. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica Cancer Research.

Há cerca de 16.000 novos casos de câncer de pele melanoma no Reino Unido a cada ano, e a sobrevivência dobrou nos últimos 40 anos. Mas, na Inglaterra, a cada ano cerca de 300 pessoas são diagnosticadas com melanoma na fase final, quando é agressivo e difícil de tratar. Cerca de 55% das pessoas com melanoma em estágio final sobrevivem à doença por um ano ou mais, em comparação com quase 100% das pessoas diagnosticadas na fase inicial.

O papel da vitamina D

Os cientistas sabiam que níveis mais baixos de vitamina D circulando no corpo estão associados a piores resultados para as pessoas com melanoma, mas não entendiam os mecanismos dessa ocorrência. Cientistas, liderados pela professora Dra. Julia Newton-Bishop, queriam entender quais processos estavam sendo regulados pela vitamina D nas células de melanoma e o que aconteceria se faltasse uma proteína na superfície dessas células chamada receptor de vitamina D (VDR), que permite que a vitamina D se ligue à superfície da célula.

Os pesquisadores analisaram a atividade do gene que produz o VDR em 703 tumores de melanoma e 353 tumores de melanoma que se espalharam do local inicial. A atividade do gene VDR foi cruzada com outras características do paciente, como a espessura do tumor e a rapidez de seu crescimento. Eles também queriam identificar se as quantidades de VDR estavam associadas a alterações genéticas que eles sabem que acontecem quando os tumores se tornam mais agressivos.

A equipe descobriu que os tumores com baixos níveis do gene VDR cresceram mais rapidamente e tiveram uma atividade menor de genes que controlam as vias que ajudam o sistema imunológico a combater as células cancerígenas. Eles também descobriram que os tumores com níveis mais baixos de VDR também tinham uma atividade mais alta de genes ligados ao crescimento e à disseminação do câncer, especialmente aqueles que controlam a via de sinalização Wnt / β-catenina, o que ajuda a modular uma variedade de processos biológicos dentro da célula, como seu crescimento.

Em camundongos, os pesquisadores descobriram que o aumento da quantidade de VDR nas células de melanoma reduzia a atividade da via Wnt / β-catenina e retardava o crescimento das células de melanoma. Eles também descobriram que o câncer era menos provável de se espalhar para os pulmões.

Uma nova peça do quebra-cabeça

“Após anos de pesquisa, finalmente sabemos como a vitamina D trabalha com o VDR para influenciar o comportamento das células de melanoma, reduzindo a atividade da via Wnt / β-catenina.  Esta nova peça do quebra-cabeça nos ajudará a entender melhor como o melanoma cresce e se espalha, e esperamos encontrar novos alvos para controlá-lo. Mas o que é realmente intrigante é que agora podemos ver como a vitamina D pode ajudar o sistema imunológico a combater o câncer. Sabemos que quando a via Wnt / β-catenina está ativa no melanoma, ela pode diminuir a resposta imune, fazendo com que menos células imunes atinjam o interior do tumor, onde poderiam potencialmente combater melhor o câncer. Embora a vitamina D, por si só, não trate o câncer, podemos entender como funciona para melhorar os efeitos da imunoterapia, que usa o sistema imunológico para encontrar e atacar células cancerígenas”, conclui a  Dra. Newton-Bishop.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Leeds (em inglês).

Fonte: Universidade de Leeds.  Imagem: Freepik.

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