Notícia

Tabagismo materno no período de amamentação aumenta as chances do bebê se tornar um adulto obeso

Estudo demonstrou que o tabagismo das mães durante o período da amamentação, após o término da gravidez, aumenta a probabilidade da criança apresentar obesidade na vida adulta

Pixabay

Fonte

FAPERJ | Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro

Data

sábado, 21 setembro 2019 10:10

Áreas

Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Nutrição Materno Infantil. Saúde Pública

Os malefícios do cigarro e da obesidade já são amplamente conhecidos. Mas o que poucos sabem é que o tabagismo das mães durante o período da amamentação, após o término da gravidez, aumenta a probabilidade da criança apresentar obesidade na vida adulta. É o que demonstrou um estudo desenvolvido na Universidade do Estado do Rio Janeiro (Uerj), pela nutricionista Thamara Cherem Peixoto, que cursa o doutorado no Programa de Pós-Graduação em Biociências com apoio da FAPERJ, por meio do programa Bolsa Nota 10. Ela é orientada na pesquisa pela bióloga Dra. Patrícia Cristina Lisboa, contemplada, por sua vez, pelo programa Cientista do Nosso Estado, também da Fundação, e conta com co-orientação do professor Dr. Egberto Gaspar de Moura, sub-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa da Uerj.

O estudo foi realizado em um modelo animal, de camundongos Wistar – incluindo mães e filhotes –, no Laboratório de Fisiologia Endócrina da Uerj. De acordo com os resultados obtidos com a pesquisa, um dos fatores que explicam essa obesidade é a redução da capacidade termogênica do tecido adiposo marrom dos filhotes. “Vimos que uma disfunção no tecido adiposo marrom dos filhotes, relacionada à redução da atividade simpática do nervo que vai para esse tecido, compromete a atividade termogênica, favorecendo o acúmulo de gordura corporal”, explicou Thamara.

Ela lembrou que o tecido adiposo, além de ser o principal reservatório energético do organismo, é um centro regulador do metabolismo. “Uma das funções do tecido adiposo marrom é a termogênese, que é a regulação da temperatura corporal, relacionada ao gasto diário de energia do indivíduo. Quando reduzida, o metabolismo basal fica mais lento e a tendência é engordar”, detalhou. “Outra alteração que explica a obesidade é a inflamação hipotalâmica e alteração de neuropeptídios importantes na regulação da fome e do gasto de energia”, completou.

Foram realizados, simultaneamente, experimentos para observar os efeitos da exposição direta e indireta à fumaça do cigarro (mães e filhos). A exposição direta simulou a criança lactente no ambiente tabagista, exposta à fumaça. Já a exposição indireta, a criança que mama em uma mãe fumante, absorvendo a nicotina pelo leite materno. “Cada experimento durou cerca de oito meses dentro do biotério e envolveu etapas de acasalamento, gestação (três semanas), lactação (três semanas), programação, que foi o período de submissão dos filhotes à fumaça (26 semanas), além do período dedicado as análises (seis meses)”, contou. No trabalho, a exposição à fumaça correspondeu àquela gerada por fumantes humanos moderados, que consomem em torno de 20 cigarros por dia, sendo que cada cigarro contém 0.73 mg de nicotina.

Diante da atual epidemia de obesidade, que atinge tanto a população de países desenvolvidos como de países em desenvolvimento, e dos prejuízos globais causados pelo tabagismo, a pesquisa pode ser um ponto de apoio para a formulação de políticas públicas para conscientizar a população. “Muitas mães param de fumar durante a gestação, mas voltam durante a lactação, sem saber dos riscos que podem causar. Esse é o ponto que queremos mostrar. A exposição ao metabólito da nicotina via leite materno acarreta problemas futuros para os filhos”, alertou.

Acesse a notícia completa na página da FAPERJ.

Fonte: Débora Motta, FAPERJ. Imagem: Pixabay.

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