Notícia

Síndrome metabólica: restrição de proteínas ajuda a controlar diabete e reduzir obesidade, sugere estudo

Em busca de novas estratégias alimentares para pessoas com síndrome metabólica, pesquisadores brasileiros e dinamarqueses compararam os efeitos entre a dieta de restrição proteica e a dieta de restrição calórica

Pixabay, arte

Fonte

Jornal da USP

Data

terça-feira, 19 julho 2022 09:50

Áreas

Nutrição Clínica. Saúde Pública

Estabelecer uma dieta adequada faz parte do tratamento de pessoas com síndrome metabólica: um conjunto de fatores de risco, como hipertensão, nível elevado de açúcar no sangue, excesso de gordura corporal em torno da cintura e colesterol alto, que podem levar ao desenvolvimento de diabete e de doenças cardíacas.

Em busca de novas estratégias alimentares para esse grupo, pesquisadores brasileiros e dinamarqueses compararam os efeitos entre a dieta de restrição proteica e a dieta de restrição calórica. “Os resultados do estudo mostram que a dieta de restrição de proteína é eficaz para controlar a diabete e reduzir a obesidade. Além disso, diminuiu os níveis de colesterol, controlou a pressão arterial e auxiliou na redução do peso corporal com perda de gordura e manutenção de músculos”, explicou o biomédico Dr. Rafael Ferraz Bannitz, doutor pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.

O Dr. Ferraz Bannitz é o primeiro autor do artigo ‘Dietary Protein Restriction Improves Metabolic Dysfunction in Patients with Metabolic Syndrome in a Randomized, Controlled Trial‘ publicado na revista científica Nutrients.

O estudo contou com 21 participantes que foram divididos em dois grupos. O primeiro foi submetido a uma dieta com restrição de 25% das calorias ideais para cada pessoa. No outro grupo também foi mantida a quantidade calórica ideal, porém, a quantidade de proteínas foi reduzida para o mínimo recomendado. “No grupo com restrição calórica, tivemos uma concentração de 20% de proteínas, 50% de carboidrato e 30% de gordura. Já o grupo com restrição de proteínas teve 10% de proteínas, 60% de carboidrato e 30% de gordura”, explicou o Dr. Ferraz Bannitz.

Os voluntários eram homens e mulheres, com idade entre 25 e 60 anos, com Índice de Massa Corporal (IMC) que indicava obesidade moderada a grave. O IMC é determinado pela divisão do peso da pessoa pela sua altura ao quadrado. Todos tinham Diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial e níveis elevados de gordura no sangue. Eles foram acompanhados por 27 dias por uma equipe do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCRP) da USP com avaliação da pressão arterial, peso, composição corporal, distribuição de gordura, gasto energético basal e outras análises bioquímicas e moleculares, como microbioma intestinal (conjunto de microrganismos que habitam o intestino) e modificação da expressão de genes do tecido adiposo.

“A característica isocalórica da dieta de restrição proteica torna essa abordagem nutricional mais atraente e menos drástica para ser aplicada em ambientes ambulatoriais e na casa dos pacientes. Além disso, tem potencial para ser usada como terapia auxiliar em pessoas com síndrome metabólica com diabete e obesidade”, apontou o cientista biomédico.

O estudo foi coordenado pela professora Dra. Maria Cristina Foss de Freitas, orientadora do Programa de Pós-Graduação em Clínica Médica da FMRP, e teve apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Entre os autores estão pesquisadores da FMRP, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e da Universidade de Copenhague, da Dinamarca.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Jornal da USP.

Fonte: Giovanna Grepi, Jornal da USP.  Imagem: Pixabay, arte.

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