Notícia
Projeto de pesquisa destaca potencial prebiótico da casca e do caroço da jabuticaba
Estudo sobre o subproduto da fruta identificou componentes nutricionais relacionados à melhoria da saúde intestinal humana
Pixabay e Divulgação-UFPB
Fonte
UFPB | Universidade Federal da Paraíba
Data
terça-feira, 19 abril 2022 11:05
Áreas
Biotecnologia. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Engenharia de Alimentos
A pesquisadora Nayara Massa, do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Nutrição da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), desenvolveu uma pesquisa que identificou o potencial prebiótico do subproduto da jabuticaba. O projeto, que é resultado da tese de doutorado de Nayara, foi orientado pelo professor Dr. Evandro Leite de Souza, do Centro de Ciências da Saúde (CCS).
No estudo, iniciado em 2018, a jabuticaba, fruta nativa da Mata Atlântica brasileira, tem seu potencial prebiótico avaliado, ou seja, o impacto positivo no metabolismo de algum grupo de bactérias benéficas do trato intestinal humano. Para desenvolver o projeto, foram utilizados sistemas de fermentação in vitro.
A discente explicou que o processamento industrial da fruta gera uma grande quantidade de subproduto, composto pela casca e o caroço, os quais apresentam um alto valor nutricional, em teor de compostos fenólicos e fibras dietéticas.
Conduzida no Laboratório de Microbiologia de Alimentos (Lamicro), a pesquisa identificou que o subproduto pode contribuir para a modulação de grupos bacterianos que formam a microbiota intestinal humana, estimulando o aumento da microbiota benéfica (Bifdobacterium spp. e Lactobacillus spp.) em detrimento de patógenos, que são os microrganismos nocivos para a saúde.
Além disso, também foi registrado o potencial da jabuticaba no estímulo da produção de metabólitos relacionados à melhoria da saúde intestinal, podendo, dessa forma, ser explorada como ingrediente com propriedades prebióticas em formulações de produtos alimentícios funcionais ou suplementos dietéticos.
Ao comentar sobre a identificação de componentes nutricionais e efeitos benéficos da jabuticaba, Nayara pontuou que o estudo valoriza a importância socioeconômica e cultural da fruta e promove a economia sustentável. Ela destacou a necessidade de buscar possibilidades de reaproveitamento da fruta, já que sua casca e caroço são, geralmente, descartados de forma inadequada no meio ambiente.
“O estudo é importante para a valorização desse subproduto agroindustrial, com perspectiva alinhada às práticas da economia circular baseadas na sustentabilidade, redução do desperdício de alimentos e da geração de resíduos, bem como na reintrodução do subproduto da fruta na cadeia produtiva em novos ciclos com a mesma qualidade ou superior”, explicou a pesquisadora.
Os resultados da tese foram apresentados em dois artigos originais. O primeiro artigo é intitulado “Effects of digested jabuticaba (Myrciaria jaboticaba (Vell.) Berg) by-product on growth and metabolism of Lactobacillus and Bifidobacterium indicate prebiotic properties”, que foi publicado na revista científica LWT – Food Science and Technology, em 2020. O estudo avaliou o efeito prebiótico in vitro do subproduto digerido da jabuticaba, analisando o crescimento e metabolismo de cepas probióticas.
Já o segundo artigo, “In vitro colonic fermentation and potential prebiotic properties of pre-digested jabuticaba (Myrciaria jaboticaba (Vell.) Berg) by-products”, mostrou que os principais compostos fenólicos presentes no subproduto da jabuticaba foram cianidina 3-glicosídeo, hesperidina e ácido gálico, dentre os treze diferentes compostos identificados.
O desenvolvimento da tese, em conjunto com outras pesquisas sobre a avaliação do potencial prebiótico de subprodutos de frutas tropicais, ainda permitiu a elaboração e o depósito de um pedido de patente: “Preparo de farinhas a partir dos subprodutos do processamento de frutas tropicais” junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).
Acesse o resumo do artigo científico da LWT (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da UFPB.
Fonte: Mariani Idalino, edição Aline Lins, UFPB. Imagem: Pixabay e Divulgação-UFPB.
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