Notícia
Projeto da FAO melhora distribuição de leite para populações rurais na Tanzânia
FAO auxilia no uso de sistemas de refrigeração de leite por digestores de biogás
Pixabay
O setor de lácteos da Tanzânia é baseado em sistemas agrícolas tradicionais. Apenas 12% dos 2,5 bilhões de litros de leite produzidos na Tanzânia a cada ano são vendidos através de pequenos comerciantes de leite e cooperativas. Quase 90% da população rural não tem eletricidade. Portanto, quando os produtores de leite têm problemas com a distribuição, o leite cru geralmente é deixado sem refrigeração. Entre 30% e 40% do leite é perdido devido à dificuldade de acesso aos mercados e a práticas inadequadas de manuseio do leite e falta de energia para resfriar e preservar o leite.
“Muitas vezes, o leite da noite, que pode ser superior a 1/3 do leite total produzido durante o dia, é estragado devido à falta de instalações de refrigeração”, explica o Dr. Alessandro Flammini, diretor de Recursos Naturais da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO/ONU).
Através do projeto Investindo em Tecnologias de Energia Sustentável no Setor Agroalimentar (INVESTA), a FAO está trabalhando em estreita colaboração com o Conselho de Laticínios da Tanzânia para promover o uso de sistemas de refrigeração de leite por digestores de biogás. Os digestores de biogás são grandes tanques nos quais o biogás é produzido através da decomposição de matéria orgânica, como o esterco, por um processo chamado digestão anaeróbica. Eles são chamados digestores porque o material orgânico é ingerido e digerido por bactérias para produzir biogás. Como um subproduto importante, os digestores deixam para trás o nitrogênio e outros minerais, como fósforo e potássio, que podem ser espalhados pelas culturas, reduzindo a necessidade de fertilizantes químicos.
Em um país onde apenas 11% dos domicílios rurais da Tanzânia têm acesso à eletricidade, os digestores de biogás que transformam o esterco em uma fonte contínua de energia renovável têm um enorme potencial para preencher essa lacuna de energia. Essa fonte de energia é particularmente atraente em um país onde o setor pecuário fornece subsistência para 37% de 1,68 milhão de famílias rurais e que tem a terceira maior produção pecuária na África.
Digestores de biogás e o resfriamento do leite
A combustão de biogás é usada para gerar energia para o resfriador de leite. Essa energia é armazenada em um sistema inovador compacto durante o dia e carrega o sistema para um ciclo de resfriamento do leite. A tecnologia de biogás pode resfriar duas latas de leite de até 5 litros cada.
Os benefícios dos digestores para os agricultores da Tanzânia são três: gás de cozinha, fertilizante para a terra e receita adicional das vendas de leite.
Com a estimativa que a demanda por leite e produtos lácteos possa dobrar até 2020 e a alta porcentagem de famílias rurais vivendo sem eletricidade, os digestores de biogás podem fornecer uma solução de energia limpa e eficaz para as famílias na Tanzânia.
O projeto FAO INVESTA apóia abordagens inovadoras e sustentáveis para acelerar a adoção de soluções de energia limpa no agronegócio e para aumentar a segurança alimentar em países em desenvolvimento e regiões emergentes, ajudando a criar um mundo mais sustentável.
Acesse página da FAO na Tanzânia (em inglês).
Acesse o documento da FAO: Custos e Benefícios de Tecnologias de Energia Limpa para as Cadeias de Valor do Leite, Vegetais e Arroz (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da FAO/ONU (em inglês).
Fonte: FAO/ONU. Imagem: Pixabay.
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