Notícia

Pesquisadora fala sobre desperdício de alimentos: devemos aprender que fruta madura não é fruta ruim

Quando uma fruta “feia” é jogada fora, torna-se um desperdício de comida, o que é um grande problema – inclusive financeiro

Pixabay, arte

Fonte

Universidade de Copenhague

Data

segunda-feira, 1 março 2021 10:40

Áreas

Gastronomia. Nutrição Coletividades

Quais bananas acabam em sua cesta de compras – as uniformemente amarelas ou aquelas com manchas marrons?

Se você for como a maioria das pessoas, ignora os pintados e seleciona aqueles que são perfeitamente amarelos. Isso ocorre porque as emoções desempenham um papel excessivo em nossas decisões de compra, de acordo com um novo estudo realizado por pesquisadores dinamarqueses e suecos.

“Escolhemos os alimentos com base na expectativa de qual será o sabor que está ligado aos nossos sentimentos. Portanto, se esperamos que uma banana marrom não tenha o sabor de uma amarela, optamos pela última”, explica a Dra. Karin Wendin, professora associada do Departamento de Ciência Alimentar da Universidade de Copenhague e uma das pesquisadores do estudo.

Aproximadamente 716.000 toneladas de alimentos são jogados fora na Dinamarca todos os anos – a maioria dos quais são frutas e vegetais. A Dra.Wendin lamenta esse desperdício porque frutas marrons não são frutas ruins:

“Frutas machucadas ou de formato estranho podem ser facilmente usadas. Elas geralmente têm um sabor tão bom quanto as de boa aparência. E nos casos em que uma maçã está machucada ou um pouco farinhenta na textura, ainda é possível usá-la para suco ou torta. Quando uma fruta “feia” é jogada fora, torna-se um desperdício de comida, o que é um grande problema – inclusive financeiro. É por isso que precisamos trabalhar para reavaliar nossos sentimentos sobre frutas marrons e de formato estranho”, disse a pesquisadora.

A primeira impressão é que fica

No estudo, 130 participantes foram convidados a avaliar uma série de imagens de maçãs com aparências variadas. Não é novidade que as maçãs com deformidades e imperfeições tiveram a classificação mais baixa em termos de quantos participantes queriam comê-las.

Os participantes então tiveram que provar uma maçã diferente. Foi então que ficou evidente que a primeira impressão ruim é que fica.

“Quando os participantes viram a foto de uma maçã feia e depois provaram uma que era verde e perfeita, eles mantiveram a crença de que o gosto era horrível. Isso mostra até que ponto nossas emoções e psicologia influenciam as sensações do paladar”, disse a Dra. Karin Wendin.

“Lembramos mais os sentimentos e expectativas negativos do que os positivos”, reforça a pesquisadora.

Melhor comunicação sobre escurecimento dos alimentos pode ajudar a limitar o desperdício de alimentos

É por isso que é fundamental que descubramos estratégias para interromper as emoções negativas associadas à fruta marrom. A Dra. Karin Wendin explica com mais detalhes:

“Do jeito que as coisas estão, a comunicação sobre nossos alimentos – o que é bom ou ruim – não funciona da melhor maneira. As pessoas não sabem onde procurar aconselhamento e orientação. Poucos acessam a Internet para pesquisar as recomendações dietéticas nórdicas no site do governo dinamarquês. Você sabe, por exemplo, que frutas imperfeitas costumam ser mais baratas do que as frutas mais perfeitas, embora ambos os produtos provavelmente tenham o mesmo gosto? ” pergunta a pesquisadora de desperdício de alimentos.

É por isso que precisamos ajudar os supermercados a se comunicarem claramente sobre como evitar o desperdício de alimentos com uma fruta imperfeita e também explorar quais plataformas são mais eficazes para levar mensagens sobre dieta e desperdício de alimentos aos consumidores, acredita a Dra. Karin Wendin.

“Ou, em vez disso, devemos nos comunicar nas mídias sociais, onde as pessoas estão e dedicam mais tempo a questões de estilo de vida? Seria interessante mergulhar nisso”, conclui ela.

Acesse a notícia na página da Universidade de Copenhague (em inglês).

Fonte: Universidade de Copenhague.  Imagem: Pixabay, arte.

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