Notícia

Pesquisadora identifica biomarcadores capazes de denunciar problemas cardiovasculares

Com o padrão alimentar associado ao risco cardiovascular identificado, será possível agir de maneira preventiva individualmente, incorporando uma alimentação anti-inflamatória

Pixabay

Fonte

UFSC | Universidade Federal de Santa Catarina

Data

sexta-feira, 20 agosto 2021 09:55

Áreas

Nutrição Clínica. Saúde Pública

Identificar para prevenir, é assim que a pesquisa da nutricionista Angelica Scherlowski Fassula pretende lidar com inflamações crônicas de baixa intensidade, que podem acarretar em problemas cardiovasculares.

O estudo ‘Desenvolvimento e Validação interna do padrão inflamatório associado com risco cardiovascular – Inflacardio’, realizado pela doutoranda do Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), levou o prêmio de segundo lugar no XVII Congresso latino-americano de terapia nutricional, nutrição clínica e metabolismo. Ela é orientada pela professora Dra. Yara Maria Franco Moreno.

O trabalho identificou, na população adulta de Florianópolis, quais biomarcadores, que juntos compõem um escore denominado pelo grupo de pesquisa como Inflacardio, mostram com maior precisão a presença de inflamações crônicas de baixa intensidade, quando comparado ao exame empregado atualmente. A segunda etapa da pesquisa será identificar quais os padrões alimentares levam a essas inflamações.

Além do risco cardiovascular, também estão associados a essa inflamação, com modulações diferentes, o câncer, as doenças crônicas não transmissíveis, as alterações neurológicas como o Alzheimer e a obesidade. A identificação dessa ferramenta que denuncia com maior especificidade a inflamação associada com risco cardiovascular é a grande inovação proposta pela pesquisa, que leva a um aumento na precisão do diagnóstico. “Inflamação crônica e de baixa intensidade não é detectável pelos exames normais que identificam o processo inflamatório”, explica Angelica.

O modelo de Inflacardio funciona como um escore, em que cada um dos quatro biomarcadores – sendo eles a proteína C reativa, linfócitos, monócitos e plaquetas – possuem pesos e valores, que são somados para demonstrar uma maior ou menor inflamação crônica. Angelica explica que com um exame de proteína C reativa e um leucograma é possível calcular o Inflacardio, que são exames simples feito na prática clínica e de baixo custo.

A amostra do estudo levou em conta a população adulta da capital catarinense, com idade entre 23 e 65 anos, com base em dados do EpiFloripa, um estudo desenvolvido por pesquisadores da área da saúde da UFSC desde 2009 sobre condições de vida e saúde da população adulta e idosa de Florianópolis. “O próximo passo após a publicação será avaliar se o Inflacardio também será validado para outras populações adultas do Brasil”, declara a pesquisadora.

Por conta da extensão territorial, diversidades étnicas e culturais no país, entre outros fatores que acarretam em hábitos e fatores comportamentais diversos, muda-se tanto o perfil inflamatório quanto o consumo alimentar em cada região. Dessa forma, a pesquisadora ressalta que podem haver alterações, já que ainda não há resultados disponíveis sobre isso no momento.

“Primeiro identificamos esse padrão inflamatório associado ao risco cardiovascular, a segunda parte pretende identificar o padrão alimentar, ou seja, quais são os alimentos que compõem a alimentação normal da população e que podem estar associados com o aumento da inflamação, e com isso o risco cardiovascular”, declara Angelica. Com o padrão alimentar associado ao risco cardiovascular identificado, será possível agir de maneira preventiva individualmente, incorporando uma alimentação anti-inflamatória.

Metodologia e reconhecimento

Para a identificação do Inflacardio, foi utilizado o método ‘Reduced-Rank Regression’, que é uma metodologia estatística de regressão. “Optamos por esse método estatístico com o objetivo de identificar um padrão inflamatório com especificidade maior, e foi o que aconteceu”, conta a pesquisadora. Com o uso dessa estratégia, foi possível identificar entre mais de 12 biomarcadores de inflamação, os dois de maior representabilidade para indicar o grau de inflamação, sendo eles a proteína C reativa e os monócitos. A doutoranda também explica como os monócitos estão relacionados com a aterosclerose, que é o processo de espessamento das artérias, no qual se vê a deposição de gordura.

O mesmo método foi empregado pelo professor Dr. Fred Tabung, da Universidade de Ohio, em sua pesquisa sobre padrões alimentares estadounidenses. O professor é colaborador no estudo, juntamente com pesquisadores da UFSC e da Universidade de Adelaide. “Eu usei o mesmo método estatístico, mas com objetivo diferente, ao invés de identificar alimentos, eu identifiquei os biomarcadores de inflamação”, explica Angelica.

Acesse a notícia completa na página da UFSC.

Fonte: Luana Consoli, Agecom UFSC. Imagem: Pixabay.

Em suas publicações, o Canal Nutrição da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Canal Nutrição tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.

Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que  cadastrados no Canal Nutrição e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Nutrição, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.

Leia também

2024 nutrição t4h | Notícias, Conteúdos e Rede Profissional nas áreas de Alimentos, Alimentação, Saúde e Tecnologias

Entre em Contato

Enviando
ou

Fazer login com suas credenciais

ou    

Esqueceu sua senha?

ou

Create Account