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O que vem por aí na mesa do brasileiro depois de 1 ano e meio da pandemia

O fato é que o brasileiro incrementou mais momentos de consumo dentro de casa e três ocasiões permanecem fortes: o café da manhã, o almoço e o jantar

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DUAS RODAS

Data

domingo, 5 setembro 2021 11:15

Áreas

Gastronomia. Nutrição Coletividades. Nutrição e Marketing

Maior interesse em consumir alimentos com benefício à imunidade e bem-estar, mais tempo dedicado ao preparo de refeições em casa e crescimento exponencial na compra de produtos por meios digitais foram algumas das transformações significativas no comportamento do brasileiro no início da pandemia. Mas 1 ano e meio depois, com o avanço da vacinação permitindo maior flexibilização das restrições, ao mesmo tempo em que a inflação deixa o bolso dos consumidores “mais apertado”, como ficaram os hábitos alimentares da população? E mais: o que está por vir na mesa do brasileiro num futuro próximo?

Para responder a essas perguntas, o DR Tá na Mesa 2021 – Alimentando ideias, nutrindo o futuro, fórum digital promovido pela multinacional brasileira Duas Rodas, líder nacional na fabricação de aromas e ingredientes para a indústria de alimentos e bebidas, convidou as especialistas Raquel Amancio de Oliveira Ferreira, New Business and Account Director da Kantar, e Andrea Bisker, CEO e fundadora da consultoria de inovação e tendências Spark: Off Brasil.

Elas abriram a rodada de eventos que contaram com outros profissionais reconhecidos para tratar de assuntos de relevância para o mercado de alimentos e bebidas.

A especialista da Kantar iniciou sua apresentação contextualizando alguns fatores que podem impulsionar o consumo, como a previsão mais otimista para o PIB, com crescimento estimado de 5,3%, a prorrogação do auxílio emergencial e o avanço da vacinação no país. Por outro lado, o desemprego crescente, o aumento do endividamento das famílias, a inflação e a cotação do dólar em alta são grandes desafios do momento atual pontuados por ela. “Todos esses fatores devem ser correlacionados com as perspectivas de crescimento e com o bolso do consumidor que tem feito esforços para driblar esses desafios” acrescentou Raquel.

Na sequência, ela trouxe um panorama sobre as mudanças de comportamento do brasileiro nos últimos meses quando o assunto é consumo de alimentos e bebidas.

Um dos pontos de destaque é a inclusão de itens práticos e indulgentes na rotina. “Vimos o consumidor se dedicar mais ao preparo de alimentos, 2 minutos a mais por refeição durante a pandemia. Foram em média 30 minutos cozinhando por refeição, versus 28 minutos. E isso se refletiu em novos hábitos. Passados os primeiros meses, no entanto, o brasileiro buscou mais praticidade e vemos categorias que se sobressaem e permanecem ganhando penetração”, explicou Raquel.

Alguns alimentos passaram a estar mais presentes nos lares dos brasileiros, como batata congelada, empanados e itens de presuntaria. Ao mesmo tempo, ingredientes para o preparo de pratos mais demorados, como farinha de trigo, apresentam retração em todas as classes sociais, indicando que hábitos fortes do começo da pandemia – como preparo de pães caseiros, por exemplo – estão mudando.

O fato é que o brasileiro incrementou mais momentos de consumo dentro de casa e três ocasiões permanecem fortes de acordo com pesquisa da Kantar: o café da manhã, o almoço e o jantar. “O brasileiro retomou o hábito de estar à mesa com sua família, e prioritariamente o café da manhã é um hábito que veio para ficar”, destacou Raquel.

Demanda por itens de alto valor agregado

Até o fim de 2020, os produtos premium estiveram mais presentes na mesa do brasileiro, o que indica uma demanda latente por itens de maior valor agregado. Por isso, também é importante pensar em estratégias para estimular esse consumo mais sofisticado.

“Para manter produtos indulgentes e práticos na mesa, o consumidor lança mão das marcas de preço intermediário. As classes C, D e E se esforçam para manter produtos premium na mesa, quebrando inclusive alguns paradigmas de que produtos mais sofisticados são para um público de alta renda”, complementou a especialista da Kantar. Neste sentido, as promoções têm influenciado esse consumo e se revelaram uma alavanca importante para venda desses itens.

Outro comportamento que ganhou destaque nos últimos meses foi o crescimento dos clubes de assinatura de alimentos e bebidas, ressaltou Andrea, da Spark: Off: “No Brasil, aumentou a procura por clube de assinaturas de alimentos e a maior demanda foi por alimentação saudável, seguida por outras categorias como cafés e chás, além dos vinhos.”

Veganismo: tendência que já é realidade

No Brasil, 4 a cada 100 pessoas aderiram ao veganismo após a pandemia, conforme dados apresentados pela CEO da Spark: Off. “É 4% da população, 7,6 milhões de pessoas, além de outras 28% tentando reduzir o consumo de carne”, acrescentou Andrea, que levou exemplos de marcas que já estão com produtos com novas fontes de proteínas vegetais nas prateleiras, como Sadia e o McDonald’s que lançou o McPlant.

“O bem-estar animal é a mais comum preocupação para aqueles com idade entre 12 e 18 anos. Sua marca está de olho nesse movimento que cresce cada vez mais?”, provocou Andrea.

Adotar uma agenda sustentável é determinante para muitos consumidores

A cada 3 brasileiros, 1 está disposto a pagar mais por produtos fabricados de maneira ambientalmente correta, mostram dados apresentados pela CEO da Spark: off Brasil. “E mais: 66% dos brasileiros entrevistados em pesquisa feita pela IBM Institute for Business disseram estar dispostos a mudar seus hábitos de consumo para reduzir problemas ambientais”, acrescentou Andrea.

Estas informações, reforçou a CEO, sinalizam para algo que está cada vez mais evidente: o compromisso das marcas com a sustentabilidade pode ser determinante para muitos consumidores, que enxergam mais valor em marcas que defendem causas ambientais e esperam um posicionamento.

Exemplos nesse sentido não faltam e ela pontuou alguns deles, como o Carbon Climate Butikin, um mercado onde os produtos têm preços definidos conforme a quantidade de emissão de CO2 para sua produção, e a cerveja Colorado Amazônica que varia de preço conforme o desmatamento da floresta, entre outras inovações. São o que a especialista chamou de “comportamentos eco-éticos”.

Ela também destacou em sua fala a importância de práticas de ESG – que traduzido do inglês significa Governança Ambiental, Social e Corporativa.

Consumidor está racionalizando muito mais suas compras

Quando o assunto são as compras, o brasileiro está indo quase 7% a menos nos pontos de venda. E quando vai, racionaliza muito mais suas compras, ou seja, é bastante criterioso na hora de escolher o que vai levar para casa.

Segundo Raquel, neste cenário, é importante a marca ficar cada vez mais atraente no ponto de venda, entender quais são as ocasiões de consumo que estão despontando, além de se pensar em parcerias mais significativas entre varejo e indústria para ter maior ganho e aproveitar os momentos em que o consumidor vai até a loja.

Os canais mais buscados pelos brasileiros na hora da compra

O brasileiro tem ido mais ao pequeno varejo de autosserviço, redes de canais varejistas locais e atacarejos, onde concentram suas compras do mês. Portanto, é necessário estar presente nesses canais pensando em estratégias de crescimento para fechar 2021 em cenário positivo, reforçou Raquel.

O consumidor buscou compras de proximidade, pequenos varejos ou lojas menores, onde gasta seu ticket disponível naquele momento. As compras também passaram a ter menos itens e um ticket médio menor, o que mostra que o brasileiro tem feito compras mais fragmentadas.

Quanto ao e-commerce, que teve seu pico no terceiro trimestre de 2020, o cenário atual é de estabilidade. O WhatsApp vem como um modo alternativo para compras online e o aplicativo continua crescendo principalmente entre a classe média e entre shoppers mais maduros que não querem sair de casa para compras pequenas.

As alavancas de crescimento que despontam com a pandemia

“Temos 5 alavancas de crescimento que identificamos desde o início da pandemia, são elas: mais presença – estar nos pequenos varejos, atacarejos e WhatsApp pensando no e-commerce; novos targets, não esquecendo das classes C e D que buscam consumo inspiracional, especialmente em um cenário em que o volume de unidades tende a cair e o valor tende a sustentar as companhias; as categorias que predominam e se conectam com indulgência e praticidade na alimentação cotidiana; as novas necessidades dos brasileiros – destacamos as dietas para pessoas de 35 anos ou mais, a nutrição pensando em crianças e adolescentes para manter a imunidade e a saudabilidade para o público de 35 a 44 anos; e, por último, os momentos que as categorias se encaixam, com destaque para o café da manhã que foi incorporado de maneira mais forte à rotina do brasileiro na pandemia”, resumiu Raquel com base nos dados das pesquisas da Kantar.

Acesse a notícia completa na página das Duas Rodas.

Fonte: Duas Rodas. Imagem: Pexels.

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