Notícia

O ingrediente da vida longa na dieta mediterrânea

A ABESO entrevistou especialista da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, após artigo publicado na revista científica Molecular Cell

Pixabay

Fonte

ABESO | Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica  

Data

domingo, 5 abril 2020 16:25

Áreas

Nutrição Coletividades. Saúde Pública.

Nas últimas décadas, estudos apontaram que o padrão alimentar típico dos povos do Mediterrâneo era capaz de evitar uma série de doenças — entre elas, a obesidade e a síndrome metabólica. Logo, ao afastar essas comorbidades, essa maneira de se alimentar prolongaria a vida.

O biólogo Dr. Doug Mashek, da Escola Médica da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, há oito anos se dedica a encontrar qual seria o principal item nessa dieta que acionaria a saúde no organismo.

A Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) entrevistou o pesquisador depois de seu artigo ser publicado na revista científica Molecular Cell.

O professor Mashek contou que, na opinião dele e de seus colegas, o azeite de oliva seria o ingrediente-chave para prolongar a vida na dieta mediterrânea. “Durante muito tempo os cientistas apontaram para o vinho tinto como o principal indutor dos benefícios relacionados a esse tipo de alimentação. Isso porque ele, de fato, contém um bioativo de valor inegável, o resveratrol”, destaca o pesquisador.

Foram as primeiras pesquisas sobre a alimentação do Mediterrâneo que, de certa maneira, colocaram esse componente das uvas tintas sob holofotes, levando a merecida fama de ser um excelente antioxidante. “Os pesquisadores descobriam que ele, o resveratrol, ativa determinadas vias metabólicas nas células, capazes de afastar doenças degenerativas que podem surgir com o avançar da idade”, diz o professor Mashek. “No entanto, nosso estudo sugere que, na dieta mediterrânea, é o azeite de oliva que mais ativa essas vias dentro das células.”

Não basta consumir azeite

Segundo o professor Mashek, não adianta usar muito azeite na panela ou no prato. Isso teria o efeito deletério de favorecer o ganho de peso, para início de conversa. E tem mais: “As vantagens só são percebidas quando esse consumo está associado a limitar calorias — logo, não dá mesmo para se esbaldar em gorduras, sempre muito calóricas, nem sequer naquelas das olivas —, e à prática regular de atividade física, que é outra característica dos povos mediterrâneos”, lembra o pesquisador.

“Os habitantes das regiões mediterrâneas em geral movimentam muito o corpo em sua rotina diária. Eles caminham bastante, por exemplo. Não podemos, aliás, separar o hábito do exercício regular do padrão alimentar. Esse foi um erro de outros trabalhos sobre as vantagens dessa dieta, ao meu ver. Ela não atua sozinha, mas dentro de um contexto”, opina o Dr. Mashek.

O que ele e seus colegas observaram corrobora para essa visão: é quando a gordura do azeite de oliva é quebrada durante o exercício que ela sinaliza as reações intracelulares que levarão aos maiores benefícios. “Nosso trabalho, porém, notou esse fenômeno em células, por meio de potentes equipamentos. O próximo passo será confirmar esse efeito em ensaios clínicos longitudinais, acompanhando pacientes, o que poderá reforçar a importância do estilo de vida como um todo para aumentar a longevidade, no caso associando o consumo de porções adequadas de azeite de oliva com o exercício ”, conclui o pesquisador.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês)

Acesse a notícia completa na página da ABESO.

Fonte: ABESO. Imagem: Pixabay.

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