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Novo coronavirus e o sistema imune: papel dos micronutrientes

Hábitos alimentares saudáveis, com a ingestão dos nutrientes necessários de acordo com a fase de vida, fazem com que o sistema imune esteja melhor preparado para enfrentar a COVID-19

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Fonte

FoRC | Centro de Pesquisa em Alimentos

Data

terça-feira, 7 abril 2020 08:05

Áreas

Nutrição Coletividades. Saúde Pública

Hábitos alimentares saudáveis, com a ingestão dos nutrientes necessários de acordo com a fase de vida, fazem com que o sistema imune esteja melhor preparado para enfrentar doenças, como a COVID-19. Neste contexto, destacam-se os micronutrientes, constituídos por minerais e vitaminas, sendo os mais relevantes o zinco (Zn), o selênio (Se) e as vitaminas A, C e D.

Em artigo publicado na página do Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC), a Dra. Silvia Maria Cozzolino, professora titular da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) faz uma análise do papel destes micronutrientes sobre a saúde do sistema imunológico:

Zinco (Zn)

O Zn possui inúmeras funções no organismo. Além da sua importância no sistema imune, atua no transporte de vitamina A, pois a proteína responsável por essa função é dependente de Zn. As melhores fontes de Zn são os mariscos (a ostra em especial), carnes vermelhas, vísceras, fígado, peixes, ovos e cereais integrais. A recomendação de ingestão diária para adultos e idosos é de 8 mg para mulheres e de 11 mg/dia para homens, com um limite máximo tolerável de 40 mg/dia, acima do qual existe a possibilidade de efeitos adversos.

Selênio (Se)

O Se é outro mineral muito importante para a saúde, devido ao seu poder antioxidante e ação no sistema imune. O Se age em conjunto com a vitamina E, protegendo as membranas celulares contra a peroxidação lipídica. A recomendação de ingestão diária para adultos e idosos é de 55 mg, sendo 400 mg/dia o valor máximo tolerado, pois o excesso pode levar a efeitos adversos. A castanha-do-brasil é o alimento mais rico em Se, mas deve ser ingerido apenas uma ao dia. Dependendo da procedência, como por exemplo Manaus (AM), recomenda-se ingerir da castanha-do-brasil uma a cada 3 dias. O teor de Se em outros alimentos pode variar de acordo com o teor desse elemento no solo e na alimentação dos animais de criação para consumo humano.

Vitamina A

A Vitamina A é outro nutriente com importante função imunomoduladora. Pode ser encontrada pré-formada, já na sua forma ativa, chamada de retinol, em alimentos do reino animal e nos precursores carotenoides provenientes dos vegetais. Os alimentos mais ricos são o fígado, óleos de fígado de peixes (ex. bacalhau) e os vegetais verdes escuros e alaranjados. Assim como as demais vitaminas lipossolúveis, o excesso na dieta pode ser tóxico, principalmente para os idosos com comprometimento renal. A ingestão diária recomendada é de 900mg de retinol para homens e de 700 mg de retinol para mulheres, sendo 3000 mg de retinol o limite máximo para ambos.

Vitamina C

A Vitamina C é mais importante antioxidante do organismo em meio aquoso. Muito estudada, com inúmeras indicações para redução do risco e até cura de doenças, principalmente do trato respiratório, entretanto sem comprovação científica robusta. O consumo regular parece ser um fator auxiliar na redução da duração de episódios infecciosos. A recomendação de ingestão diária para adultos e idosos é de 75 mg/dia para mulheres e 90 mg/dia para homens, com valores mais altos para fumantes (95 mg/dia). Embora sem efeitos tóxicos evidentes, uma vez que vitamina C em excesso é eliminado pelo organismo, quantidades muito acima das recomendadas (2,5 a 3,0 g) podem causar desconforto intestinal (diarreia osmótica) e alterar resultados de exames clínicos (ex. diabéticos). Frutas em geral fornecem as quantidades de vitamina C necessárias para a ação esperada.

Vitamina D

A Vitamina D outro nutriente relevante para o sistema imune, com importante função no tecido ósseo também. A síntese desta vitamina se dá pela exposição da pele humana aos raios solares UV-B. Além dos alimentos fortificados, os óleos de fígado de peixes são fontes naturais de vitamina D. Recentemente foi divulgado que indivíduos que contraíram a COVID-19 tinham deficiência desta vitamina, o que é de se esperar, pois os mais afetados pela pandemia são idosos, que têm menor exposição solar e pele mais ressecada, ou seja, a síntese da vitamina é menor. As recomendações diárias para adultos e idosos é de 600 UI (15 mg) e o limite superior é de 4000 UI.

Novo coronavírus e os idosos

A medida que se envelhece o sistema imune pode ficar prejudicado por várias razões:

1) Consumo de dietas desbalanceadas, devido a dificuldades para aquisição e preparo dos alimentos, problemas econômicos e de convívio social, próteses dentárias mal ajustadas, dentre outros, levando a maior monotonia na alimentação;

2) Menor secreção de saliva (o idoso pode não se hidratar adequadamente); maior dificuldade para mastigação dos alimentos; menor secreção de ácido clorídrico no estômago, que causa diminuição da absorção dos minerais (melhor absorvidos em meio ácido) e da digestão de proteínas e diminuição da secreção enzimática no intestino, que prejudica o aproveitamento dos nutrientes;

3) Maior consumo de medicamentos para tratamento de doenças infecciosas e crônicas, como obesidade, diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e câncer. O uso excessivo de certos medicamentos, como antibióticos, pode causar disbiose, ou seja, desequilíbrio da microbiota intestinal e diminuição dos micro-organismos benéficos para a sua saúde.

Acesse a notícia completa na página do FoRC

Fonte: FoRC.  Imagem: Freepik.

 

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