Notícia

Inovação na produção de carne sem abate

Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Israel e da Aleph Farms, em Israel, alcançaram um importante avanço tecnológico na produção de carne cultivada fora do corpo de um animal.

Pixabay

Fonte

Technion | Instituto de Tecnologia de Israel

Data

quarta-feira, 8 abril 2020 15:55

Áreas

Biotecnologia. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Engenharia de Alimentos.

Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Israel (Technion) e da Aleph Farms, em Israel, alcançaram um avanço tecnológico na produção de carne cultivada fora do corpo de um animal. Conforme publicado na revista científica Nature Food, a proteína de soja – que está prontamente disponível e é economicamente eficiente – pode ser usada como estrutura para o crescimento de tecido bovino.

A tecnologia inovadora, originalmente desenvolvida para aplicações médicas, particularmente na engenharia de tecidos, foi liderada nas últimas décadas pela professora Dra. Shulamit Levenberg, da Faculdade de Engenharia Biomédica do Technion.

Existem vários fatores que incentivam o desenvolvimento do conceito de “carne cultivada”: danos ambientais causados ​​pela indústria de produção de carne, aumento do uso de antibióticos que aceleram o crescimento de bactérias resistentes a medicamentos, reservas éticas sobre o sofrimento dos animais durante o processo de produção de carne e o impacto ecológico prejudicial da indústria devido ao uso intensivo de recursos naturais.

O artigo científico apresenta um processo inovador para o cultivo de tecido de carne cultivada em apenas três a quatro semanas, semelhante em textura e sabor à carne bovina. O processo é inspirado na natureza, o que significa que as células crescem em um ambiente controlado semelhante a como elas crescem no animal.

As células crescem em uma estrutura que substitui a matriz extracelular (MEC) encontrada em animais. Por se tratar de um produto alimentício, a estrutura deve ser comestível e, portanto, apenas foram consideradas alternativas comestíveis. A proteína de soja foi selecionada como essa estrutura na qual as células aderem e proliferam com a ajuda de fatores de crescimento relacionados à miogênese, semelhante à tecnologia de engenharia de tecidos desenvolvida pela professora Levenberg.

A proteína de soja, um subproduto barato obtido durante a produção de óleo de soja, está prontamente disponível e é rica em proteínas. É um material poroso e sua estrutura promove o crescimento de células e tecidos. Os minúsculos orifícios da proteína de soja são adequados para aderência, divisão e proliferação celular. Também possui orifícios maiores que transmitem oxigênio e nutrientes essenciais para a construção de tecido muscular. Além disso, as estruturas de proteína de soja para o cultivo de carne podem ser produzidas em diferentes tamanhos e formas, conforme necessário.

A carne cultivada nesta pesquisa foi submetida a testes que confirmaram sua semelhança com bife de animal abatido em textura e sabor. Segundo a professora Levenberg, “esperamos que, no futuro, também seja possível usar outras proteínas vegetais para construir as estruturas. No entanto, a pesquisa atual usando proteína de soja é importante para provar a viabilidade de produzir carne a partir de vários tipos de células em plataformas vegetais, o que aumenta sua semelhança com a carne bovina convencional”.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Technion (em inglês).

Fonte: Instituto de Tecnologia de Israel (Technion).  Imagem: Pixabay.

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