Notícia

Nova descoberta sobre a ligação entre obesidade e diabetes tipo 2

Fonte

Instituto Karolinska 

Data

quarta-feira, 6 outubro 2021 06:00

Áreas

Nutrição Clínica. Saúde Pública

A obesidade é um problema de saúde pública global em rápido crescimento, principalmente entre crianças e jovens. Muitas doenças metabólicas, entre elas o diabetes tipo 2, estão fortemente associadas à obesidade. Para reverter a tendência, é necessário mais conhecimento, entre outras coisas, sobre como as células de gordura (adipócitos) contribuem para vários processos nocivos em tecidos e órgãos.

Quando as células de gordura aumentam de tamanho, começam a secretar fatores que causam inflamação do tecido adiposo. O aumento das células adiposas também está associado à resistência à insulina, quando as células do corpo não respondem à insulina como deveriam. A importante tarefa da insulina é regular a energia, a glicose, para as células do corpo. Quando essa função é perturbada, como ocorre com a resistência à insulina, o risco de diabetes tipo 2 aumenta.

Essa relação está bem documentada, mas há uma falta de conhecimento sobre os mecanismos subjacentes às células adiposas aumentadas (hipertrofia das células adiposas) e à secreção de substâncias pró-inflamatórias.

Mudanças na atividade das células adiposas

Agora, pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia,  mostraram que, na obesidade e na resistência à insulina, a atividade das células de gordura muda. À medida que as células de gordura aumentam em tamanho, o tamanho do núcleo e o conteúdo de DNA nuclear também aumentam.

“O processo de não divisão das células, mas aumento do conteúdo de DNA e tamanho da célula (endoreplicação) é comum entre plantas e animais. Em contraste, o processo não foi descrito para células de gordura humana (adipócitos), que podem aumentar de tamanho mais de 200 vezes ao longo de sua vida “, disse a Dra. Qian Li, pesquisadora do Departamento de Biologia Celular e Molecular, Instituto Karolinska, e primeira autora.

O processo natural de aumento do tamanho das células de gordura tem vários efeitos negativos na saúde. Os autores demonstram que níveis elevados de insulina no sangue causam envelhecimento precoce, senescência, em algumas células do tecido adiposo.

“Nossos resultados mostram que as células de gordura senescentes aumentam a secreção de fatores pró-inflamatórios e conduzem a inflamação e patologia no tecido adiposo humano. Isso, por sua vez, afeta a saúde de todo o corpo”, disse a Dra. Carolina Hagberg, pesquisadora do Departamento de Medicina, Solna no Karolinska Institutet, e co-primeira autora.

Bom efeito com droga comum

Os resultados são baseados na análise do tecido adiposo de 63 pessoas com IMC abaixo de 30 que foram submetidas a cirurgia de hérnia umbilical ou colecisectomia para doença de cálculo biliar, bem como 196 pessoas com IMC acima de 30 que foram submetidas a cirurgia bariátrica para obesidade em Estocolmo.

Usando um medicamento comumente prescrito para diabetes tipo 2, os pesquisadores foram capazes de bloquear a formação de células de gordura senescentes e reduzir a secreção de fatores pró-inflamatórios baseados em células de gordura.

“Esses estudos identificam um aspecto pouco valorizadoda biologia dos adipócitos humanos, a ativação de um programa do ciclo celular na obesidade e hiperinsulinemia, que pode abrir caminho para novas estratégias de tratamento para a obesidade e comorbidades associadas, como diabetes tipo 2”, disse a Dra. Kirsty Spalding, pesquisadora do Departamento de Biologia Celular e Molecular, Instituto Karolinska e última autora do estudo.

O estudo foi publicado na revista científica Nature Medicine.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Instituto Karolinska (em inglês).

Fonte: Instituto Karolinska. Imagem: Pexels.

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