Notícia
“Mentha spicata”: hortelã é muito utilizada na culinária, medicina popular e aromaterapia
Uma visita ao Herbário da UNIRIO – o HUNI – conhecendo mais sobre a Mentha spicata, popular hortelã ou menta, através da história, suas características, culinária e usos medicinais populares
Wikimedia Commons
Fonte
UNIRIO | Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
Data
sábado, 27 março 2021 11:35
Áreas
Agricultura. Fitoterapia. Nutrição Funcional
Originária da Europa e região mediterrânea, a Mentha spicata, a popular hortelã, também chamada de menta, é uma espécie conhecida e cultivada em todo o mundo pelo seu aroma inconfundível e sabor marcante, utilizada em bebidas, em preparações culinárias doces e salgadas, e em cosméticos. Suas propriedades medicinais, atribuídas à ação farmacológica de seus óleos essenciais, também fazem dela uma ilustre conhecida da medicina tradicional, usada desde a Antiguidade e envolta em crendices.
A Mentha spicata é muito confundida com a Mentha x piperita, também, chamada de hortelã ou hortelã-pimenta em algumas regiões do Brasil. Ambas são do gênero Mentha, e nomes populares variam entre diferentes localidades e culturas. Há quem diga que a Mentha spicata é aquela que popularmente chamam de menta, enquanto a Mentha x piperita é a conhecida hortelã. Considera-se, na verdade, que espécies de Mentha utilizadas como hortaliças, para consumo in natura, são denominadas hortelãs, mas não é uma regra. O certo é que sempre há controvérsias quando se utiliza qualquer outra denominação além do nome científico de uma espécie.
Mentha Spicata – caracterização
Mentha spicata se apresenta como uma erva perene, estolonífera, muito aromática, com odor adocicado, penetrante e refrescante, atingindo alturas variáveis, entre de 0,4 a 1,30 m. Sua haste é ereta, com seção transversal quadrangular e com filotaxia decussada. As folhas são simples, de cor verde vivo, concolores, glabras ou quase glabras, sub-sésseis, lanceoladas ou lanceoladas-ovadas, com ápice agudo, base arredondada e borda serrilhada irregularmente. As flores, usualmente brancas, mas podem ser levemente róseas ou lilases, estão dispostas em verticilastros, que estão em inflorescências tipo espiga, cilíndricas, axilares ou terminais. Cada flor é precedida por uma bráctea, com cálice e corola gamopétalos.
Menta Spicata – um pouco de história
A Mentha spicata é utilizada desde a Antiguidade pelas civilizações greco-romana, egípcia, hebraica e mesopotâmica. Na Bíblia, há citação de seu uso indevido como dízimo, nos Evangelhos de Matheus e de Lucas. Na Grécia Antiga, era usada juntamente com o alecrim em rituais fúnebres, para amenizar odores, e na esperança de vida após a morte. Os árabes utilizavam-na, devido ao seu alto potencial aromático, para a limpeza do ambiente antes de cerimônias festivas, no intuito de despertar o apetite nos convidados. Ainda hoje, no Oriente Médio, é comum oferecer chá de menta ao receber visitas. Os romanos usavam-na para preparar balas que eram espalhadas em festas e banquetes como um símbolo de boas-vindas aos convidados.
Menta Spicata – na culinária e na na indústria
A Mentha spicata é muito utilizada na culinária, estando presente em várias cozinhas, principalmente da Turquia [em pratos como sopa de iogurte e sopa de lentilha vermelha], Vietnã [no Bún chà – carne de porco grelhada com macarrão de arroz] e Oriente Médio, onde é indispensável em pratos tradicionais, como quibes, esfihas, tabules e kebabs.
Por possuir sabor suave, adocicado e refrescante, é usada no preparo de bebidas, como sucos, drinks e licores caseiros; e em pratos salgados, como carnes, aves, sopas, saladas, maioneses, patês, molhos, recheios, temperos e no acompanhamento de legumes.
Também é usada para dar um toque refrescante em pratos doces, como sobremesas, sorvetes, geleias e mousses, e para aromatizar chocolates e bombons.
Mentha x piperita também é muito utilizada na indústria alimentícia e cosmética; por possuir sabor mais forte, intenso e ardido, é utilizada na aromatização de bebidas, como chás, xaropes, sucos e licores, e de confeitos, principalmente balas e gomas de mascar. O mentol e o limoneno, componentes do óleo essencial de várias espécies de Mentha, podem ser facilmente encontrados na composição de perfumes, cremes dentais, enxaguatórios bucais, cremes e loções de barbear, e pastilhas para alívio de irritação na garganta.
Menta Spicata – usos na medicina popular
A Mentha spicata, assim com a Mentha x piperita e várias outras espécies de Mentha, são usadas há séculos, tanto na Ayurveda como na medicina popular e aromaterapia.
São indicadas para tratamento de distúrbios digestivos e hepáticos, dores de cabeça, resfriados, febres, sinusites e problemas buco-faríngeos.
Possuem propriedades vaso-constritoras, antiespasmódicas, analgésicas, antioxidantes, calmantes, bactericidas, fungicidas, antialérgicas, anti-inflamatórias e bio-pesticidas.
Acesse a notícia completa na página da Unirio.
Fonte: Herbário Huni – Unirio. Imagem: Wikimedia Commons.
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