Notícia
Insônia pode estar ligada ao consumo de carboidratos refinados
Resultados da pesquisa sugerem que dietas com alto Índice Glicêmico podem ser um fator de risco para insônia em mulheres na pós-menopausa
Unsplash
Fonte
Centro Médico da Universidade Columbia
Data
sexta-feira, 13 dezembro 2019 12:30
Áreas
Nutrição Clínica. Saúde Pública
Estima-se que 30% dos adultos sofrem com insônia, e um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, sugere que a dieta pode ser parcialmente culpada.
O estudo descobriu que mulheres na pós-menopausa que consumiam uma dieta rica em carboidratos refinados – principalmente açúcares adicionados – estavam mais propensas a desenvolver insônia. Os resultados foram publicados na revista científica American Journal of Clinical Nutrition.
Mulheres cuja dieta incluía quantidades maiores de vegetais, fibras e frutas integrais (não suco) estavam menos propensas a desenvolver problemas com insônia.
“A insônia é frequentemente tratada com terapia cognitivo-comportamental ou medicamentos, mas estes podem ser caros ou causar efeitos colaterais. Ao identificar outros fatores que levam à insônia, podemos encontrar intervenções diretas e de baixo custo com menos efeitos colaterais”, disse o professor Dr.James Gangwisch, da Universidade Columbia.
A ligação entre dieta e sono
Estudos anteriores exploraram uma possível ligação entre carboidratos refinados e insônia, mas os resultados foram inconsistentes. E, como os estudos não seguiram indivíduos ao longo do tempo, não estava claro se uma dieta rica em carboidratos refinados desencadearia o aparecimento de insônia ou se a insônia levaria os indivíduos a comer mais doces.
Uma maneira de determinar se a ingestão de carboidratos causa problemas no sono é procurar o surgimento de insônia em pessoas com dietas diferentes.
Neste estudo, o Dr. Gangwisch e sua equipe coletaram dados de mais de 50.000 participantes do Estudo Nacional “Women’s Health Initiative” que concluíram diários alimentares. Os pesquisadores analisaram se as mulheres com maior índice glicêmico na dieta eram mais propensas a desenvolver insônia.
Carboidratos não são todos iguais
Diferentes tipos e quantidades de carboidratos aumentam os níveis de açúcar no sangue em vários graus. Carboidratos altamente refinados, como açúcar adicionado, pão branco, arroz branco e refrigerante, têm um índice glicêmico mais alto e causam um aumento mais rápido do açúcar no sangue.
“Quando o açúcar no sangue [glicemia] aumenta rapidamente, seu corpo reage liberando insulina, e a queda resultante no açúcar do sangue pode levar à liberação de hormônios como adrenalina e cortisol, que podem interferir no sono”, disse o Dr. Gangwisch.
Os pesquisadores levantaram a hipótese de que os picos e níveis rápidos de açúcar no sangue depois de comer carboidratos refinados podem desencadear insônia.
Insônia desencadeada por carboidratos refinados
Os pesquisadores descobriram que quanto maior o índice glicêmico da dieta – principalmente quando composta por açúcar e grãos processados -, maior o risco de desenvolver insônia. Eles também descobriram que as mulheres que consumiam mais vegetais e frutas inteiras (não sucos) eram menos propensas a desenvolver insônia.
“Frutas inteiras contêm açúcar, mas a fibra delas diminui a taxa de absorção para ajudar a evitar picos de açúcar no sangue. Isso sugere que o culpado da dieta que desencadeou a insônia das mulheres foram os alimentos altamente processados que contêm grandes quantidades de açúcar refinado que não são encontrados naturalmente nos alimentos”, disse o Dr. Gangwisch.
Como a maioria das pessoas, e não apenas as mulheres na pós-menopausa, experimentam um rápido aumento de açúcar no sangue depois de comer carboidratos refinados, os autores suspeitam que esses achados também possam ser verdadeiros em uma população mais ampla.
“Com base em nossas descobertas, precisaríamos de ensaios clínicos randomizados para determinar se uma intervenção dietética, focada no aumento do consumo de alimentos integrais e carboidratos complexos, poderia ser usada para prevenir e tratar a insônia”, disse o Dr. Gangwisch.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês)
Acesse a notícia completa na página da Universidade Columbia (em inglês).
Fonte: Universidade Columbia. Imagem: Unsplash.
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