Notícia
Estudo observa estrutura do solo em sistema de plantio direto
Os resultados obtidos, em pesquisa de pós-graduação em Solos e Nutrição de Plantas, mostraram que o movimento de calcário no perfil dos solos estudados é muito lento
Marcio Nunes, Esalq
Fonte
Esalq-USP | Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo
Data
segunda-feira, 21 maio 2018 15:00
Áreas
Agricultura. Agronomia. Ciências Agrárias
Uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Solos e Nutrição de Plantas, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP/Esalq), teve como objetivo estudar fatores que, além do processo de compactação mecânica do solo, podem estar promovendo a estratificação física e química de solos altamente intemperizados cultivados sob sistema de plantio direto. “A magnitude desse problema se estende a mais de 30 milhões de hectares de lavoura cultivada sob plantio direto no Brasil, colocando em risco as projeções de exuberância da agricultura no país”, disse o Dr. Márcio Renato Nunes, autor da tese.
As áreas sob o plantio direto apresentaram duas camadas de solo distintas: uma entre, aproximadamente, 0 e 7 cm de profundidade, com condições físicas e químicas favoráveis ao desenvolvimento da raiz e a outra entre, aproximadamente, 7 e 20 cm de profundidade, com menor permeabilidade do solo ao ar e a água, elevada resistência à penetração e baixa fertilidade química do solo. “Estas condições promovem a concentração do sistema radicular das plantas agrícolas cultivadas na camada mais superficial do solo, a de 0 a 7 cm, motivando perdas de produtividade por estresse hídrico”, explicou o Dr. Nunes.
Entre os possíveis fatores causadores deste tipo de degradação, foram avaliados pelo pesquisador a aplicação excessiva de calcário, exclusivamente em superfície, ocasionando, na camada de 0 a 7 cm, a elevação do pH do solo para além do ponto de carga zero do solo, elevando assim o potencial eletronegativo do solo e, por consequência, promovendo a dispersão de argila; a migração da argila dispersa no perfil do solo, pela água de percolação, como um fator causador de degradação física em subsuperfície; e a contribuição de fitomassa ao solo, em quantidade e qualidade, para manter a estabilidade estrutural dos solos cultivados.
Os resultados obtidos mostraram que o movimento de calcário no perfil dos solos estudados é muito lento, limitando o efeito deste produto a poucos centímetros abaixo do local onde ele é depositado ou incorporado, independentemente da dose. “Desse modo, a calagem superficial promove e intensifica a estratificação dos atributos químicos no perfil do solo, aumentando o pH próximo à superfície e sendo ineficiente em reduzir a acidez na subsuperfície destes solos. A concentração de calcário na camada mais superficial dos solos altamente intemperizados aumenta a eletronegatividade do solo, resultando na dispersão de argila”, explica.
Acesse a notícia completa na página da Esalq-USP.
Fonte: Caio Nogueira, Esalq-USP. Imagem: Marcio Nunes, Esalq-USP.
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