Notícia

Estudo constata elevado potencial antioxidante da casca do café orgânico

Produtos alimentícios e cosméticos ricos em antioxidantes naturais poderão ser desenvolvidos a partir do subproduto

Wikimedia Commons, arte.

Fonte

UFPB | Univesidade Federal da Paraíba

Data

segunda-feira, 10 janeiro 2022 15:00

Áreas

Agronomia. Agronegócio. Biotecnologia. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Engenharia de Alimentos. Nutrição Coletividades. Sustentabilidade

Pesquisadoras da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) constataram que a utilização da casca do café orgânico é eficiente como matéria-prima para obtenção de extratos ricos em compostos bioativos com elevado potencial antioxidante. Produtos alimentícios e cosméticos ricos em antioxidantes naturais poderão ser desenvolvidos a partir do subproduto.

A atividade antioxidante é indispensável para proteger as células sadias do organismo contra a ação oxidante de radicais livres, moléculas liberadas pelo metabolismo do corpo com elétrons altamente instáveis e reativos que podem causar doenças degenerativas de envelhecimento e morte celular.

O estudo da UFPB, além de fornecer suporte científico para o desenvolvimento de extratos ricos em antioxidantes naturais a partir da casca do café orgânico, também atesta que a utilização do subproduto minimiza a quantidade de resíduos agroindustriais gerados pela indústria cafeeira, agregando valor ao setor produtivo.

Esses subprodutos são considerados praticamente de custo zero, uma vez que ou são descartados ou são subutilizados. O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café. A produção de grãos torrados do fruto do cafeeiro ocupa área de 1,82 milhão de hectares no país, conforme a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

A pesquisa da UFPB foi realizada em duas etapas. Na primeira, ocorreu a análise da extração dos compostos por meio de método de extração convencional, do tipo sólido-líquido com temperatura de 60ºC em banho-maria, e de método não-convencional, assistida por ultrassom. Três sistemas de solventes (água, etanol e água mais etanol) foram testados, com casca de café orgânico in natura e desidratada.

Na segunda etapa da investigação científica, foi executada a avaliação da atividade antioxidante e a determinação e identificação dos compostos bioativos dos extratos da casca do café orgânico. Tanto o processo convencional quanto o não-convencional apresentaram resultados eficientes para recuperação dos compostos bioativos e, consequentemente, obtenção de extratos com elevado potencial antioxidante. No entanto, a extração convencional se mostrou mais eficaz.

Segundo a professora Dra. Taliana Bezerra do Departamento de Engenharia de Alimentos da UFPB , orientadora do trabalho, o método convencional demonstrou ser mais vantajoso frente à extração assistida por ultrassom porque possui baixo custo. Já a mistura de água e etanol foi a solução extratora mais efetiva para a extração de compostos fenólicos da casca do café orgânico e para a utilização da matéria-prima desidratada.

Em química orgânica os compostos fenólicos são metabólitos secundários sintetizados abundantemente no reino vegetal e amplamente estudados. Atuam principalmente como agentes de defesa em resposta a estresses causados aos frutos e vegetais, conferindo-os adstringência, coloração, sabor e aroma.

“Os compostos fenólicos majoritários encontrados em ambos os extratos foram o ácido gálico, cafeico e clorogênico, sendo este último o composto identificado em maior concentração em todos os extratos. Sendo assim, a capacidade antioxidante dos extratos está altamente correlacionada com os compostos fenólicos observados”, afirma a professora e pesquisadora da UFPB.

Os experimentos do estudo, desenvolvidos por Mariana Silva, egressa do curso de mestrado do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFPB, foram empreendidos no Centro de Tecnologia (CT), no campus I, em João Pessoa, sob coorientação da também professora Dra.Marta Madruga do Departamento de Engenharia de Alimentos da UFPB , entre 2019 e 2021.

A matéria-prima utilizada na pesquisa foi fornecida pela empresa Yaguara Ecológica, localizada na Fazenda Várzea da Onça, no município de Taquaritinga do Norte, no Agreste de Pernambuco.

Um Artigo sobre o estudo foi publicado na revista científica Molecules, periódico científico de acesso aberto revisado por pares que se concentra em todos os aspectos da química e da ciência dos materiais.

De acordo com a Dra. Taliana Bezerra, a pesquisa faz parte de um projeto maior aprovado em edital conjunto da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq-PB) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), que selecionou propostas de processos biotecnológicos para beneficiamento de resíduos agroindustriais, no âmbito do Programa de Apoio aos Núcleos de Excelência (Pronex) da Fapesq-PB.

A Dra. Taliana Bezerra explica que o Pronex, coordenado pela professora Marta Madruga, envolve o fortalecimento de grupos de pesquisa de excelência da Paraíba, sobretudo da UFPB e da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). “Foi um projeto grande aprovado em 2018, com recursos na ordem de R$ 300 mil, que contemplou a realização de pesquisas com resíduos de origem animal e vegetal”, avalia a docente da UFPB.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da UFPB.

Fonte: Pedro Paz, edição – Aline Lins, UFPB. Imagem: Wikimedia Commons, arte.

 

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