Notícia
Estudo analisa hábitos alimentares de trabalhadores por turnos
Pesquisa aponta que pessoas que trabalham em horários noturnos e em sistemas de plantão têm maior prevalência de obesidade e outras doenças metabólicas
Fonte
UFRGS Ciência | Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Data
segunda-feira, 17 setembro 2018 11:30
Áreas
Nutrição Coletividades. Saúde Pública
Pesquisadores da UFRGS estudam a associação entre trabalho por turnos e hábitos de alimentação. O projeto – que envolveu uma equipe de quatro pessoas – consistiu em uma revisão sistemática de 33 estudos observacionais nacionais e internacionais sobre o assunto. O resultado, publicado em agosto na revista científica Scandinavian Journal of Work, Environment & Health, confirmou que as pessoas investigadas nos estudos que trabalhavam em turnos depois das 17h até o final da manhã e em sistemas de plantão eram muito mais propensas a adquirirem doenças como obesidade, diabetes e síndromes metabólicas do que as que trabalhavam somente no horário diurno. Entre os fatores que contribuem para esse quadro, estão as mudanças nos hábitos alimentares.
O objetivo da pesquisa, segundo a professora do Departamento de Nutrição da UFRGS Dra. Raquel Canuto, foi comparar a quantidade e a qualidade da dieta usual dos trabalhadores diurnos e noturnos. Também visou estudar as respostas do metabolismo às mudanças de turnos de trabalho, considerando a frequência com que ocorrem e o número de anos pelos quais elas se mantêm.
Para atender às demandas econômicas e sociais de nossa sociedade, está se tornando cada vez mais necessário que os funcionários trabalhem fora das horas de trabalho diurnas tradicionais. Segundo a professora, cerca de 15 a 20% dos adultos empregados na Europa e nos Estados Unidos trabalham atualmente por turnos. Esse tipo de trabalho, no entanto, tem sido associado a efeitos adversos à saúde, incluindo distúrbios metabólicos, como alterações no peso corporal, glicemia e lipídios, e várias doenças crônicas, como câncer de mama, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.
No total, os estudos analisados pelo grupo da Dra. Raquel Canuto contemplaram 7.173 trabalhadores diurnos e 683 trabalhadores por turnos. Desses últimos, 73% tinham mais de um turno noturno por mês e 31% trabalhavam por turnos há mais de 20 anos. A idade média dos participantes foi de 47 anos, 30% eram homens, e mais de um terço da população (36%) tinha um alto nível de escolaridade. Em comparação com os que tinham jornada de trabalho diurno, os trabalhadores por turnos tinham menor escolaridade, eram mais frequentemente fumantes, mais ativos fisicamente e tinham um índice de massa corporal ligeiramente maior.
Acesse a notícia completa na página da UFRGS Ciência.
Fonte: Jorge C. Carrasco, UFRGS Ciência. Imagem: Ramon Moser, UFRGS.
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