Notícia

Estudo acompanha estado nutricional e modos de vida de crianças e adolescentes

Os estudos apontam que 26,3% das crianças e 27,8% dos adolescentes do projeto Movica, em situação de vulnerabilidade, apresentaram anemia em função da deficiência de ferro na alimentação

Divulgação, UFLA

Fonte

UFLA | Universidade Federal de Lavras

Data

quarta-feira, 29 julho 2020 11:10

Áreas

Nutrição Coletividades. Nutrição Materno Infantil. Saúde Pública

Uma boa manutenção da saúde e um envelhecimento saudável estão intimamente relacionados com os hábitos alimentares e a carência ou excesso de nutrientes no organismo. Algumas doenças, sejam elas crônicas, hereditárias ou adquiridas, podem se manifestar ainda nos estágios iniciais da vida e, sendo assim, é essencial, durante a infância, a criação de bons hábitos, que se perpetuarão ao longo da vida.

Percebendo que esses são temas importantes para promoção e melhoria das condições de vida da população, um estudo desenvolvido pelo Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Lavras (UFLA), em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social de Lavras, busca realizar, sob a coordenação das professoras Dra. Camila Maria de Melo e Dra. Maysa Helena Toloni, um diagnóstico sobre o estado nutricional e modos de vida de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade da Escola Municipal José Serafim.

Um dos resultados obtidos nos estágios iniciais está relacionado com casos de carência nutricional, já que 26,3% das crianças e 27,8% dos adolescentes apresentaram anemia em função da deficiência de ferro na alimentação. A ausência desse nutriente pode ocasionar falta de apetite, cansaço, sonolência e comprometer a capacidade cognitiva e o desenvolvimento físico e intelectual. Outro ponto também observado na dieta desses grupos foi a ingestão de alimentos ultra processados, que são produzidos industrialmente, ricos em açúcares, corantes, gorduras. Buscando a prevenção e tratamento de quadros como os de anemia, uma das abordagens do grupo de pesquisadores é a orientação para que sejam incluídos alimentos fontes de vitaminas C, A e ferro na alimentação das crianças e adolescentes.

Estudantes de graduação e pós-graduação atuam no projeto “Movica – Modos de vida de crianças e adolescentes em vulnerabilidade social: um estudo de segmento”, realizando avaliações nutricionais e ações direcionadas à educação alimentar. As atividades são realizadas no período do contraturno escolar, no “Instituto Sete Gerações”, associação sem fins lucrativos que promove ações voltadas para educação, assistência social, esportes, cultura, saúde.

Durante o ano de 2019, as intervenções educativas com 44 crianças e adolescentes, com idade entre 6 a 14 anos, de ambos os sexos, ocorreram com frequência mensal. O diagnóstico nutricional é feito por meio da avaliação dos hábitos alimentares, coleta de amostra de sangue capilar (ponta do dedo), indicadores antropométricos (peso, estatura e índice de massa corporal) e avaliações de modos de vida, como hábitos relacionados à prática de atividades físicas, de saúde e de sono.

As determinantes sociais e a insegurança alimentar também são elementos estruturais que constituem barreiras à promoção de hábitos saudáveis e acesso à alimentos, por exemplo, in natura, diversificados e ricos em nutrientes. De acordo com Milena Serenini, nutricionista e pós-graduanda da Universidade Federal de São Paulo, que também atua como supervisora no projeto Movica, “as crianças em vulnerabilidade social têm menos acesso a programas de saúde, bem como a alimentos em quantidade e qualidade adequados, e, infelizmente, a insegurança alimentar e nutricional é comum nessa população”.

Iniciado no ano de 2019, realizado por segmento e ainda em fase de execução, o estudo mostra ser possível criar medidas educativas que acompanhem o modo de vida dos diferentes alunos e que, além disso, os hábitos de vida podem se configurar como fatores determinantes na condição de saúde, conforme aponta a Dra. Camila: “uma alimentação de má qualidade, pobre em nutrientes essenciais e rica em alimentos ultra processados, além do sedentarismo e hábitos de sono ruins, podem contribuir para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Essas doenças estão diretamente relacionadas ao excesso de peso e obesidade, que podem se manifestar ainda na infância”. Pensado inicialmente para se desenvolver em um período de 5 anos, a pesquisa pretende avaliar a qualidade do sono, nível de atividade física fora do espaço escolar e segurança alimentar, por meio de entrevistas.

Acesse a notícia completa na página da UFLA.

Fonte: Eder Spuri, UFLA.   Imagem: Divulgação, UFLA.

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