Notícia

Especialista propõe a inversão da base da pirâmide alimentar de cereais para frutas, verduras e legumes

Especialista conta que as novas propostas foram idealizadas pensando em alguns dos problemas atuais no mundo e no cotidiano das pessoas, de modo que o consumo se adapte à realidade individual da população

Freepik com adaptações

Fonte

Jornal da USP

Data

quarta-feira, 28 fevereiro 2024 11:25

Áreas

Ciência e Tecnologia de Alimentos. Engenharia de Alimentos. Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Saúde Pública

A Coleção Guias de Nutrição e Alimentação propõe a inversão da base da pirâmide alimentar de cereais para o consumo de frutas, legumes e verduras, na 4ª edição do livro Pirâmide dos Alimentos: Fundamentos Básicos da Nutrição. Dra.Sonia Tucunduva Philippi, professora da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo, autora e coordenadora da coleção, explicou os motivos dessa inversão na hierarquia dos grupos alimentares e sua aplicação no cotidiano da população.

Nova edição

Segundo a professora, a nova edição foi revisada com o objetivo de informar e disseminar, sob a ótica dos conhecimentos mais modernos, novos elementos sobre a conexão entre os alimentos e a saúde. Ela contou que as novas propostas foram idealizadas pensando em alguns dos problemas atuais no mundo e no cotidiano das pessoas, de modo que o consumo se adapte à realidade individual da população.

“Essas mudanças pós pandemia, como as guerras no mundo, catástrofes ambientais, modificações de estilo de vida, disponibilidade de alimentos e situações de extrema pobreza mostram necessidade de reflexões sobre esse conteúdo. Mas foram considerados também aspectos de segurança alimentar individual, aspectos sociais, demográficos e culturais, principalmente as mudanças nos padrões alimentares da população brasileira e do mundo”, contou a professora.

Metaverso

De acordo com a especialista, a nova edição apresenta o conceito do Metaverso da Pirâmide de Alimentos, o qual discorre sobre cada um dos grupos alimentares e as recomendações nutricionais atualizadas, de acordo com as novas diretrizes e orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre consumo de gordura e carboidratos. Segundo ela, o destaque fica para o grupo das frutas, legumes e hortaliças, que passa a ser a base da pirâmide alimentar no lugar dos cereais.

“É uma forma de despertarmos a curiosidade das pessoas para que esse conteúdo seja lido, absorvido e utilizado, porque temos um trabalho árduo de mudar comportamento. Essa mudança só pode ocorrer se o conteúdo for absorvido e o conhecimento incorporado ao comportamento alimentar”, explicou a especialista.

Aplicação no cotidiano

Conforme a Dra. Sonia, a nova edição do livro reuniu mais de 30 colaboradores, entre professores, pesquisadores e nutricionistas, portanto, conta com o que há de mais contemporâneo no universo da alimentação saudável. Ela explicou que o principal intuito da coleção é refletir as informações nutricionais no prato das pessoas, ou seja, transformar o conteúdo científico em uma abordagem didática para que a população consiga aplicar os conceitos aprendidos em sua alimentação cotidiana.

“Foram inseridos dois capítulos sobre receitas com formas de inserir os alimentos que preconizamos na pirâmide dentro das refeições diárias, na lancheira das crianças, na marmita dos trabalhadores, nos snacks dos adolescentes. Tudo isso de uma forma simples de entender, porque são apresentados os ingredientes, o modo e as tecnologias de preparo”, elucidou a pesquisadora.

Vegetarianismo

Para a docente, a população vegetariana está crescendo e a prática é uma tendência mundial, portanto, esse nicho precisa de informações coesas e precisas sobre a qualidade nutricional dos alimentos. Ela explicou que, com a inserção dos vegetais no primeiro nível da pirâmide, foram incluídas também as ervas, especiarias e as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs), as quais são os vegetais comumente encontrados no dia a dia e que não parecem comestíveis, mas que podem ser aplicados na culinária e têm grande valor nutricional.

“Esse tipo de vegetal às vezes encontramos de uma forma rasteira em qualquer jardim de casa, em cidades do interior e às vezes até aqui em alguns bairros de São Paulo. Esse consumo deve ser incentivado junto à nossa população”, afirmou a especialista.

Hierarquia

Após os vegetais e os cereais, a próxima etapa da pirâmide é composta com os alimentos de origem animal, que incluem carnes, ovos, peixes e lácteos. A Dra. Sonia explicou  que esse conjunto precisa ser observado com mais atenção, priorizado o consumo em menor quantidade e, majoritariamente, de carnes magras, que não tenham um consumo calórico muito elevado.

De acordo com a especialista, os últimos níveis da pirâmide são formados por açúcares, óleos e gorduras, os quais precisam ter seu consumo moderado. Segundo ela, a inversão desses grupos alimentares tem o objetivo de fornecer uma nova formatação às dietas, mas precisa ser acompanhada de outros hábitos saudáveis, como atividade física, qualidade de sono e meditação.

“Esses hábitos fazem parte do contexto moderno de não olhar a nutrição apenas como uma lista de proibições, uma narrativa terrorista em relação aos alimentos. Nós trabalhamos uma forma diferente, de ressaltar o que cada alimento tem de bom para incentivar o seu consumo”, esclareceu a Dra. Sonia Tucunduva Philippi.

Acesse a notícia completa na página do Jornal da USP.

Fonte: Jornal da USP. Imagem: Freepik com adaptações.

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