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Crianças que comem mais frutas e vegetais têm melhor saúde mental

A equipe de pesquisa estudou dados de quase 9.000 crianças em 50 escolas em Norfolk (7.570 crianças do ensino médio e 1.253 crianças da escola primária)

Pexels

Fonte

Universidade de East Anglia

Data

quarta-feira, 29 setembro 2021 06:05

Áreas

Alimentação Escolar. Nutrição Coletividades. Nutrição Materno Infantil. Saúde Pública

Um novo estudo publicado na revista científica BMJ Nutrition, Prevention & Health é o primeiro a investigar a associação entre o consumo de frutas e vegetais, opções de café da manhã e almoço e bem-estar mental em crianças em idade escolar no Reino Unido.

A pesquisa mostra como comer mais frutas e vegetais está relacionado a um melhor bem-estar entre os alunos do ensino médio, em particular. E as crianças que consumiram cinco ou mais porções de frutas e vegetais por dia tiveram as pontuações mais altas de bem-estar mental.

O estudo foi liderado pela UEA Health and Social Care Partners em colaboração com o Norfolk County Council.

A equipe de pesquisa afirma que as estratégias de saúde pública e as políticas escolares devem ser desenvolvidas para garantir que uma nutrição de boa qualidade esteja disponível para todas as crianças antes e durante a escola para otimizar o bem-estar mental e capacitar as crianças para atingir seu pleno potencial.

A pesquisadora principal, professora Dra. Ailsa Welch, da Escola de Medicina de Norwich da UEA, disse: “Sabemos que o baixo bem-estar mental é um grande problema para os jovens e provavelmente terá consequências negativas de longo prazo”.

“As pressões das mídias sociais e da cultura escolar moderna têm sido apontadas como razões potenciais para uma prevalência crescente de baixo bem-estar mental em crianças e jovens”, completou a pesquisadora.

“E há um reconhecimento crescente da importância da saúde mental e do bem-estar no início da vida – até porque os problemas de saúde mental dos adolescentes muitas vezes persistem na idade adulta, levando a resultados de vida e realizações piores” disse a Dra Welch.

“Embora as ligações entre nutrição e saúde física sejam bem compreendidas, até agora, não se sabia muito sobre se a nutrição desempenha um papel no bem-estar emocional das crianças. Portanto, começamos a investigar a associação entre as escolhas alimentares e o bem-estar mental entre crianças em idade escolar”, colocou a pesquisadora.

A equipe de pesquisa estudou dados de quase 9.000 crianças em 50 escolas em Norfolk (7.570 crianças do ensino médio e 1.253 crianças da escola primária) retirados da Pesquisa de Saúde e Bem-estar de Jovens de Norfolk.

Esta pesquisa foi encomendada pelo Departamento de Saúde Pública do Conselho do Condado de Norfolk e pelo Norfolk Safeguarding Children Board. Foi aberto a todas as escolas de Norfolk durante outubro de 2017.

As crianças envolvidas no estudo relataram suas escolhas alimentares e participaram de testes de bem-estar mental apropriados para a idade, que cobriram alegria, relaxamento e bons relacionamentos interpessoais.

A professora Welch disse:

“Em termos de nutrição, descobrimos que apenas cerca de um quarto das crianças da escola secundária e 28 % das crianças da escola primária relataram comer as cinco porções por dia de frutas e vegetais recomendados. E pouco menos de uma em dez crianças não comia frutas ou vegetais”.

“Mais de uma em cada cinco crianças do ensino médio e uma em cada 10 crianças do ensino fundamental não tomam café da manhã. E mais de uma em cada 10 crianças do ensino médio não almoçava”.

O Dr. Richard Hayhoe, também da Escola de Medicina de Norwich da UEA, disse:

“Descobrimos que comer bem estava associado a um melhor bem-estar mental nas crianças. E que entre as crianças do ensino médio em particular, havia uma ligação muito forte entre comer uma dieta nutritiva, repleta de frutas e vegetais, e ter um melhor bem-estar mental”.

“Também descobrimos que os tipos de café da manhã e almoço consumidos pelos alunos do ensino fundamental e médio também estavam significativamente associados ao bem-estar”.

“As crianças que tomaram um café da manhã tradicional tiveram um bem-estar melhor do que as que tomaram apenas um lanche ou uma bebida. Mas as crianças do ensino médio que tomaram bebidas energéticas no café da manhã tiveram pontuações de bem-estar mental particularmente baixas, ainda mais baixas do que as crianças que não consumiram nenhum café da manhã”.

“Segundo nossos dados, em uma turma de 30 alunos do ensino médio, cerca de 21 terão consumido um café da manhã tipo convencional e pelo menos quatro não terão comido ou bebido nada antes de iniciar as aulas pela manhã”.

“Da mesma forma, pelo menos três alunos irão para as aulas da tarde sem almoçar. Isso é preocupante e provavelmente afetará não apenas o desempenho acadêmico na escola, mas também o crescimento e o desenvolvimento físico”.

“Outra coisa interessante que descobrimos foi que a nutrição teve tanto ou mais impacto sobre o bem-estar do que fatores como testemunhar discussões regulares ou violência em casa”, completou o Dr. Hayhoe.

A professora Welch disse: “Como um fator potencialmente modificável em um nível individual e social, a nutrição representa um importante alvo de saúde pública para estratégias para abordar o bem-estar mental infantil”.

“Estratégias de saúde pública e políticas escolares devem ser desenvolvidas para garantir que uma nutrição de boa qualidade esteja disponível para todas as crianças, tanto antes como durante a escola, a fim de otimizar o bem-estar mental e capacitar as crianças para atingir seu pleno potencial”, finalizou a Dra. Welch.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de East Anglia (em inglês).

Fonte: Comunicação, Universidade de East Anglia. Imagem: Pexels.

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