Notícia

Alimentos podem ter impacto direto na capacidade cognitiva no envelhecimento

Fonte

Universidade Estadual de Iowa

Data

segunda-feira, 14 dezembro 2020 15:15

Áreas

Nutrição Clínica. Saúde Pública

Alimentos podem ter um impacto direto na capacidade cognitiva no envelhecimento. Esta é a principal descoberta da pesquisa da Universidade Estadual de Iowa, nos Estados Unidos, publicada em um artigo na revista científica Journal of Alzheimer’s Disease.

O estudo liderado pelo pesquisador Dr.Auriel Willette, professor em Ciência dos Alimentos e Nutrição Humana e pelo Dr. Brandon Klinedinst,  neurocientista. A pesquisa é uma análise em larga escala inédita que conecta alimentos específicos à capacidade cognitiva na idade mais avançada.

O doutores Willette e Klinedinst e equipe analisaram dados coletados de 1.787 adultos (de 46 a 77 anos de idade na realização do estudo) no Reino Unido por meio do UK Biobank, um banco de dados biomédico em grande escala e recurso de pesquisa contendo informações genéticas e de saúde detalhadas de meio milhão de participantes no Reino Unido. O banco de dados está acessível globalmente para pesquisadores aprovados que realizam pesquisas vitais sobre as doenças mais comuns e potencialmente fatais do mundo.

Os participantes realizaram o Teste de Inteligência Fluída (FIT) (compilado entre 2006 e 2010) e depois em duas avaliações de acompanhamento (conduzidas de 2012 a 2013 e novamente entre 2015 e 2016). A análise FIT fornece uma fotografia da capacidade de um indivíduo de “pensar rápido”.

Os participantes também responderam a perguntas sobre o consumo de alimentos e álcool no início do estudo e por meio de duas avaliações de acompanhamento. O Questionário de Frequência Alimentar perguntou aos participantes sobre a ingestão de frutas frescas, frutas secas, vegetais crus e saladas, vegetais cozidos, peixes oleosos, peixes magros, carnes processadas, aves, bovinos, ovinos, suínos, queijos, pães, cereais, chá e café , cerveja e cidra, vinho tinto, vinho branco e champanhe e licor.

As descobertas mais significativas do estudo foram:

• O queijo apareceu como o alimento mais protetor contra problemas cognitivos relacionados à idade, mesmo em idade avançada;
• O consumo diário de álcool, principalmente vinho tinto, foi relacionado a melhorias na função cognitiva;
• O consumo semanal de cordeiro, mas não de outras carnes vermelhas, mostrou melhorar a capacidade cognitiva a longo prazo; e
• O consumo excessivo de sal é ruim, mas apenas indivíduos que já correm risco de contrair a doença de Alzheimer podem precisar controlar sua ingestão para evitar problemas cognitivos ao longo do tempo

“Fiquei surpreso que nossos resultados sugerem que comer queijo e beber vinho tinto diariamente com responsabilidade não são apenas bons  para nos ajudar a lidar com nossa atual pandemia de COVID-19, mas talvez também lidar com um mundo cada vez mais complexo que nunca parece desacelerar. Embora tenhamos levado em consideração se isso era apenas devido ao que as pessoas abastadas comem e bebem, testes clínicos randomizados são necessários para determinar se fazer mudanças fáceis em nossa dieta poderia ajudar nossos cérebros de maneira significativa” disse o Dr. Willette

O Dr. Klinedinst acrescentou: “Dependendo dos fatores genéticos que você carrega, alguns indivíduos parecem estar mais protegidos dos efeitos do Alzheimer, enquanto outros parecem estar em maior risco. Dito isso, acredito que as escolhas alimentares certas podem prevenir a doença e o declínio cognitivo como um todo. Talvez a solução definitiva que estamos procurando seja melhorar a forma como comemos. Saber o que isso acarreta contribui para uma melhor compreensão do mal de Alzheimer e coloca esta doença em uma trajetória reversa.”

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na Universidade Estadual de Iowa (em inglês).

Fonte: Dan Kirkpatrick, Universidade Estadual de Iowa.  Imagem: Freepik.

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