Notícia

Abelhas distinguem flores de diferentes tipos de meloeiro

Pesquisa mostra o que atrai ou repele as abelhas para flores de cinco tipos comerciais de meloeiro, com impacto direto na produção de frutos

Grupo de Pesquisas com Abelhas, UFC

Fonte

Agência UFC | Agência da Universidade Federal do Ceará

Data

sexta-feira, 1 março 2019 10:30

Áreas

Agricultura. Agronomia. Zootecnia

A maioria das plantas cultivadas pelos seres humanos depende da polinização (realizada principalmente por abelhas) para produzir ou aumentar a produção de seus frutos. Em geral, as pesquisas sobre o tema assumem que os diversos tipos, variedades e híbridos agronômicos de uma espécie cultivada são igualmente atrativos para os insetos polinizadores. Porém, pesquisadores do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) descobriram que a história não é bem assim.

O estudo demonstrou que as abelhas africanizadas (Apis mellifera) utilizadas na polinização do meloeiro (Cucumis melo) não apenas usam o odor das flores para distinguir diferentes tipos dessa cultura, mas apresentam preferência por visitar flores de certos tipos de melão em detrimento de outros. Quanto mais visitas a flor recebe, maiores as chances de ela ser polinizada adequadamente, principalmente em espécies cujos frutos possuem muitas sementes, como é o caso do melão. Por isso, a escolha feita pelas abelhas tem influência direta na produção de melões de diferentes tipos.

A pesquisa é oriunda da tese de doutorado da Dra. Nayanny Fernandes no Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, como parte de uma parceria entre o Grupo de Pesquisa com Abelhas da UFC, coordenado pelo professor Dr.Breno Freitas, e as equipes dos pesquisadores Dr. Guilherme Zocolo e do Dr. Fernando Aragão, da Embrapa Agroindústria Tropical. Um artigo baseado na investigação foi publicado recentemente, em inglês, na revista científica canadense Journal of Agricultural Science.

Os pesquisadores investigaram os compostos orgânicos voláteis (COVs) produzidos pelas flores masculinas e hermafroditas de cinco tipos comerciais de melão: amarelo, cantaloupe, charentais, gália e pele de sapo. Foi constatada uma variação significativa tanto na identidade quanto na quantidade de COVs entre os sexos das flores, e principalmente entre os tipos de melão. Assim, as flores dos distintos tipos de meloeiro apresentam cheiros diferentes para as abelhas, já que esses compostos químicos são os responsáveis pelo odor das flores.

Flores menos repelentes têm preferência 

Também foi possível observar que, enquanto alguns COVs apresentam função atrativa para as abelhas, outros agem como repelentes. Assim, foram constatadas consideráveis correlações positivas e negativas entre a quantidade dos compostos D-Limoneno e Benzaldeído (atrativos) e do composto α-Pinene (repelente), respectivamente, e o número de visitas que as abelhas fizeram às flores de cada tipo de meloeiro.

Um dos aspectos interessantes revelados pelo estudo é que as abelhas não visitaram prioritariamente as flores que produziram mais COVs atrativos, mas aquelas que apresentaram quantidades menores de COVs repelentes, particularmente as flores do meloeiro do tipo cantaloupe e de sexo hermafrodita, que foram as mais visitadas. Isso quer dizer que para a polinização as abelhas preferem as flores de meloeiro menos repelentes, não as mais atrativas.

Acesse o artigo científico completo.

Acesse a notícia completa na página da Agência UFC.

Fonte: Prof. Breno Freitas, coordenador da pesquisa, Agência UFC. Imagem: Grupo de Pesquisas com Abelhas, UFC.

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