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Por ser mais raro, mel de abelhas sem ferrão pode custar até R$800,00 o litro

Elas podem ser bem pequeninas, mais graúdas, de cores diversas. No Brasil são nativas cerca de 300 espécies de abelhas sem ferrão. Isso representa praticamente a metade das espécies já identificadas no mundo. E a meliponicultura, que é a criação racional dessas abelhas, também chamadas de nativas ou indígenas, está em expansão. Em Matozinhos, Região Metropolitana de Belo Horizonte, o Meliponário Santa Rosa reproduz e comercializa mais de 20 espécies. O empreendimento recebe incentivo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) para expandir os negócios, através da elaboração de projeto para acesso ao crédito rural. Por lá, cerca de 90% da produção é da Uruçu Amarela, por ser mais produtiva, rendendo entre 3 a 5 litros de mel por ano, em cada colmeia.

Embora produzam uma quantidade menor de mel, se comparadas com as abelhas com ferrão, as nativas possuem inúmeras vantagens, a começar pelo fato de serem mais amigáveis. Pode-se, por exemplo, andar por meio delas sem medo de uma ferroada. E o mel, por ser mais raro e mais rico em propriedades medicinais, também é mais valorizado no mercado. Um litro pode custar até R$ 800. Diferente das abelhas com ferrão, que produzem o mel em favo, as nativas fazem o mel em pequenos potes, o produto é mais líquido, menos doce e os sabores e cores variam bastante, a depender da espécie e da florada.

A meliponicultura é uma alternativa de renda interessante para os produtores, mas pode ser também uma criação para quem mora nas cidades. Por não serem agressivas, as colmeias podem ser manejadas até mesmo em apartamentos. Os preços de uma colmeia variam bastante. Segundo o proprietário do Meliponário Santa Rosa, Cezar Brandão Esteves, a mais barata é da abelha Jataí, cuja caixa no varejo custa em torno de R$ 200. A colmeia da Uruçu Amarela, espécie mais comercializada pelo meliponário, custa entre R$ 500 e R$ 600. Já as abelhas mais raras, como a Uruçu Capixaba, ameaçada de extinção, custa cerca de R$ 1,8 mil. “E temos aqui até a Uruçu Boi, que teve seu bioma dizimado e uma colmeia está em torno de R$ 12 mil”, complementou.

A Jataí é uma espécie presente em todo país e a mais recomendada para quem está começando na meliponicultura. “A gente brinca que do Oiapoque ao Chuí tem a Jataí. Recomendamos começar com ela, por ser uma abelha muito tranquila de se lidar, resistente, autônoma e que se adapta bem a qualquer lugar, tanto no campo quanto na cidade”, conta a Isabela Teixeira Brandão Esteves, filha do casal Cezar e Jeane Carla Teixeira Bastos, proprietários do Meliponário Santa Rosa.

Curiosidades

Cuidar das abelhas sem ferrão pode ser algo bem prazeroso e até terapêutico. Cada colmeia é uma verdadeira obra de arte e o universo delas é fascinante, cheio de curiosidades. Cezar explica, por exemplo, que uma abelha vive em média 50 dias e ao longo dessa breve vida ela tem cinco “profissões”. “No primeiro dia ela é cuidada, mas no segundo dia já está empregada e se torna babá dos ninhos. Depois passa a gari, responsável pela limpeza das colmeias. Por volta de cinco dias de vida ela recebe mais uma promoção, vai ser soldado e fazer a vigilância e segurança do casulo, fica nesta tarefa por quatro a cinco dias. A próxima profissão é de engenheira, quando ela colabora na construção dos casulos onde a rainha vai botar, da cera em volta dos discos de cria, dos potes de mel e tudo mais necessário dentro da colmeia. Por volta de 25 dias de vida ela é liberada para sair e vai ser campeira, trabalhar o dia inteiro buscando o néctar, o pólen, a resina para fazer a própolis e faz isso pelo restante da vida, até morrer”, conta.

Acesse a notícia completa na página da Emater-MG.

Fonte: Aline Louise, Emater-MG.

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