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Embrapa: referência mundial em ciência do solo conhece tecnologias sustentáveis para o Cerrado
Considerado a maior autoridade mundial em ciência do solo, Dr.Rattan Lal, cientista paquistanês radicado nos Estados Unidos, visitou a Embrapa Cerrados quando conheceu duas das principais tecnologias que contribuem para a sustentabilidade da agropecuária no Bioma Cerrado: a Bioanálise de Solo (BioAS) e os sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).
Ganhador do World Food Prize 2020, o Prêmio Mundial da Alimentação, e integrante do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) da ONU em 2007, quando a entidade dividiu o Prêmio Nobel da Paz com o ex-vice-presidente norte-americano Al Gore, o Dr. Lal é professor emérito da Universidade Estadual de Ohio. Ele esteve no Brasil para participar do Encontro Mundial dos Líderes da Pesquisa Agrícola (MACS G20), evento realizado em Brasília e que teve a Embrapa como principal coordenadora e organizadora, com o apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária e do Ministério das Relações Exteriores. Junto com o pesquisador Dr. Ladislau Martin Neto, da Embrapa Instrumentação, ele foi palestrante no painel Ciência e Agricultura.
O Dr. Lal visitou a Unidade acompanhado pelo Muhammad Ibrahim, diretor de cooperação técnica do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), e pelos pesquisadores Dr. Ladislau Martin Neto e o Dr. Pedro Machado da Embrapa Arroz e Feijão. Ele foi recepcionado pela Dra. Silvia Massruhá, presidente da Embrapa, pelo Dr. Sebastião Pedro chefe geral da Embrapa Cerrados, e pelo Dr. Fábio Faleiro, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Unidade.
O cientista conversou com os gestores e pesquisadores da Embrapa Cerrados e assistiu à versão legendada em inglês do vídeo institucional da Unidade. “O que foi feito aqui no Cerrado é muito impressionante, é único. A produtividade da soja aqui é maior que em Ohio. Vocês fizeram do Brasil uma potência da agricultura, precisam ganhar mais World Food Prizes”, comentou, lembrando-se do prêmio conquistado em 2006 pelo pesquisador aposentado Edson Lobato, o ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli e o pesquisador norte-americano Andrew Colin Mclung, por terem contribuído para transformar a região num dos mais produtivos celeiros do mundo. “Seria interessante que a experiência de vocês pudesse ser replicada na África, com ações de pesquisa em cooperação”, completou.
No Laboratório de Microbiologia do Solo, Mendes apresentou resultados do uso da Bioanálise de Solo (BioAS). A tecnologia agrega o componente biológico às análises de rotina de solos, com a análise das enzimas arilsulfatase e beta-glicosidase, associadas respectivamente aos ciclos do enxofre e do carbono no solo. Essas enzimas funcionam como bioindicadores e ajudam a avaliar a saúde dos solos devido à relação direta ou indireta com o potencial produtivo e com a sustentabilidade do uso do solo. Elas são mais sensíveis que os indicadores químicos e físicos e detectam com maior antecedência alterações que ocorrem na saúde do solo em função do uso e do manejo. Dessa forma, a BioAS auxilia na tomada de importantes decisões sobre o manejo da propriedade agrícola. No momento, a tecnologia está formatada para culturas anuais de grãos e fibras cultivadas no Cerrado e no estado do Paraná.
A visita foi encerrada na vitrine de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Os pesquisadores Dr. Roberto Guimarães Jr., Dr. Kleberson de Souza, Dra. Karina Pulrolnik e Dr. Robélio Marchão abordaram o funcionamento dos sistemas de integração, que combinam diferentes atividades (agricultura, pecuária e silvicultura) numa mesma área, diversificando e intensificando a produção. Eles destacaram o uso desses sistemas no Brasil, além dos principais benefícios e vantagens decorrentes da sinergia entre os componentes, como o maior conforto térmico animal proporcionado pela sombra das árvores, a maior produção de oócitos viáveis e de embriões transferíveis em bovinos leiteiros; aumento da ciclagem de nutrientes no solo e maior eficiência no uso de fertilizantes; aumento da produtividade de grãos e maior ganho de peso dos animais; maior acúmulo de água e aumento do estoque de carbono no solo devido ao incremento da matéria orgânica; além da mitigação das emissões de gases de efeito estufa, proporcionando um balanço de carbono mais favorável em relação aos monocultivos.
Satisfeito com o que conheceu na Embrapa Cerrados, o cientista destacou que a agricultura do futuro deve buscar produzir mais com menos – menos área, menos água, menos pesticidas, menos emissões de gases de efeito estufa, entre outros. “Nesse sentido, particularmente a agrofloresta, com o sistema silvipastoril e o sistema agroflorestal, é um exemplo muito bom para fazer isso”, disse, acrescentando que o futuro da agricultura no Cerrado deve ser focado no aumento da ecoeficiência e da qualidade nutricional dos alimentos. “O Brasil tem feito um trabalho excelente, mas um desafio maior está à frente. Estou certo de que o País vai continuar a ter excelência, e a razão de estar indo muito bem é a sua liderança”, comentou o cientista.
Acesse a notícia completa na página da Embrapa.
Fonte: Breno Lobato, Embrapa Cerrados.
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