Notícia

Por que a forma de consumo de alguns alimentos pode modificar o nível de saciedade?

Fonte

Associação Americana de Nutrição

Data

sábado, 28 novembro 2020 14:10

Áreas

Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Saúde Pública

Estudos mostram que os alimentos que promovem a saciedade, aqueles que prolongam a digestão e reduzem o apetite, podem facilitar a perda de peso, ajudando a reduzir a ingestão de energia.

Embora a ingestão calórica seja um importante determinante do esvaziamento gástrico, estudos relatam que a forma alimentar também pode influenciar o esvaziamento gástrico. Por exemplo, maçãs inteiras produzem maior saciedade do que maçãs processadas, mas os mecanismos subjacentes não são completamente conhecidos.

Ao tentar explicar como a forma física dos alimentos afeta a saciedade, é importante avaliar não apenas as alterações no esvaziamento gástrico, mas também as alterações no intestino delgado e no cólon. Esses órgãos fornecem importantes mecanismos de feedback por meio dos quais os sinais intestinais alteram o esvaziamento gástrico e a saciedade, mesmo após a refeição ter deixado o estômago.

Um estudo recente do Dr. Robin Spiller  da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, e colegas fornece novas informações sobre o impacto das formas físicas de alimentos e eventos digestivos no intestino delgado e no cólon usando exames de ressonância magnética (MRI).

Em um estudo cruzado de 3 vias, randomizado e controlado, 18 adultos saudáveis ​​foram submetidos a exames de ressonância magnética em série em 3 ocasiões após consumir porções de maçãs inteiras, purê de maçã ou suco de maçã. As porções dos alimentos eram de igual equivalência calórica e volume, embora o conteúdo de fibra fosse diferente. O esvaziamento gástrico, bem como o conteúdo no intestino delgado e o conteúdo no cólon foram medidos no início e em intervalos de 45 minutos após a ingestão das refeições. Plenitude e saciedade também foram avaliadas em cada momento.

Os resultados do estudo foram publicados na revista científica The Journal of Nutrition e mostraram que a forma física da fruta altera o processamento digestivo e que maçãs  inteiras foram associadas a pontuações de saciedade significativamente mais altas em comparação com o suco. Mais especificamente, maçãs inteiras tiveram esvaziamento gástrico significativamente mais lento quando comparadas com as formas purê e líquida das maçãs.

Maçãs inteiras também aumentaram o volume de água no intestino delgado e cólon de 2 a 4 horas após a refeição, muito depois de o estômago estar vazio. Essa fase intestinal pode ser importante para reduzir a ingestão diária total e evitar lanches, algo que deve ser testado em estudos futuros.

A equipe de pesquisa concluiu que frutas inteiras provavelmente têm maiores benefícios à saúde do que frutas processadas, tanto na redução do apetite quanto na função do cólon. Além do esvaziamento gástrico retardado, as frutas inteiras também podem aumentar a saciedade e reduzir o consumo alimentar subsequente, o que é fundamental para a redução de peso bem-sucedida.

Um editorial do Dr. Guido Camps (Universidade Wageningen ) fornece mais informações sobre o quebra-cabeça do esvaziamento gástrico.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Associação Americana de Nutrição (em inglês).

Fonte: Dra. Kathy Beerman, Sociedade Americana de Nutrição.  Imagem: Pixabay.

Em suas publicações, o Canal Nutrição da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Canal Nutrição tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.