Notícia

Azeite de dendê: cor, aroma e sabor nos pratos da culinária afro-brasileira

Pratos da culinária afro-brasileira preparados com o azeite de dendê: Acarajé, Caruru, Omalá, Bobó de camarão, Ipetê, Vatapá, Moqueca, Abará, Farofa de dendê, Xinxim

 

Wikimedia Commons

Fonte

Fundação Cargill

Data

sábado, 21 novembro 2020 11:45

Áreas

Gastronomia. Nutrição Coletividades

O azeite de dendê está presente no preparo dos principais pratos da culinária afro-brasileira e é o segundo óleo mais produzido e consumido no país.

Mas, de onde vem o azeite de dendê?

O azeite de dendê é extraído da polpa do dendê (Imagem 1), um pequeno fruto de cor alaranjada ou amarronzada (Imagem 2 e 3), produzido por uma espécie de palmeira, chamada dendezeiro ou palmeira-de-dendê (Elaeis guineenses).

O dendezeiro pode chegar até quinze metros de altura e se desenvolve em regiões tropicais com clima quente e úmido.

Onde surgiu o dendezeiro?

O dendezeiro tem sua origem na África, mais precisamente na costa do Golfo de Guiné, parte litorânea ocidental do continente africano.

Durante o período da colonização recente da África, os dendezeiros, parte integrante da paisagem africana, chamaram a atenção dos visitantes europeus.

Além disso, o azeite de dendê já era presente nos hábitos e na cultura popular dos povos nativos naquela época.

Na obra “Relação do Reino de Congo e das Terras Circunvizinhas”, datada de 1591, o comerciante e explorador português Duarte Lopez relata o uso do azeite de dendê pelos africanos: “o azeite faz-se da polpa do fruto… e usam-no como azeite e a manteiga, e arde, e com ele se untam corpos e é boníssimo na comida”.

Além dos relatos dos colonizadores europeus na África, existem registros muito mais antigos que evidenciam o uso do azeite de dendê ou óleo de palma, como também é chamado, nas cortes dos faraós do Egito, há mais de 5 mil anos.

No Brasil, o fruto chegou no século XVII, junto com o abominável comércio escravagista existente à época. As palmeiras do dendê foram cultivadas ao redor da cidade do Salvador para atender ao consumo local do que era o maior centro demográfico daquela época.

Como já era costume na África, dificilmente uma iguaria era preparada pelos afrodescendentes sem a participação do azeite de dendê, para dar cor, aroma e sabor tão peculiar aos pratos.

Esses hábitos ajudavam manter viva sua cultura por gerações.

O livro “História da Alimentação no Brasil”, do historiador Luís da Câmara Cascudo conta o início do uso do azeite de dendê no nosso país. Sem dúvidas, a culinária afro-brasileira que experimentamos hoje, vem recheada de cultura e história.

O uso do azeite de dendê no Brasil

A herança cultural do uso do azeite de dendê na culinária continua muito apreciada nos dias de hoje.

Veja alguns exemplos de pratos populares da cozinha afro-brasileira que são preparados com o azeite de dendê:

Acarajé – bolinhos de feijão fradinho, pisados no pilão e fritos em azeite de dendê.

Caruru – comida feita com quiabo picado, camarão, frango e azeite de dendê.

Omalá – prato elaborado com quiabo e azeite de dendê e servido com pirão de arroz.

Bobó de camarão – prato à base de aipim, azeite de dendê e camarões.

Ipetê – prato elaborado com inhame cozido, azeite de dendê e camarões secos.

Vatapá – iguaria que tem por base farinha de trigo, carne de peixe desfiada, camarão fresco e seco e azeite de dendê.

Moqueca – guisado de peixe, frutos do mar, carne ou ovos, feito com leite de coco, e azeite de dendê.

Abará – bolinho de feijão fradinho moído cozido em banho-maria, temperado com azeite de dendê e embrulhado em folha de bananeira.

Farofa de dendê – farinha de mandioca torrada feita com cebola picada e azeite de dendê.

Xinxim – carne temperada e refogada em azeite de dendê com camarão seco, amendoim e castanha de caju.

Além da utilização nas receitas, por conta da sua consistência e por não estragar facilmente, o azeite de dendê é apropriado também para a fabricação de outros alimentos como: margarinas, gorduras vegetais, pães, bolos, tortas, sorvetes, barras de chocolate, biscoitos finos e cremes e óleos de cozinha.

O azeite de dendê está em situação de destaque no mercado mundial de óleos, sua produção ocupa atualmente o segundo lugar, perdendo apenas para o óleo de soja.

A Malásia é o maior produtor mundial do azeite de dendê, gerando na zona rural mais de 250.000 empregos diretos.

No Brasil, o azeite de dendê é produzido principalmente nos estados da Bahia, Pará e Amapá (Região Amazônica).

Acesse a notícia completa na página da Fundação Cargill.

Fonte: Alimentação em Foco – Fundação Cargill.  Imagem: Wikimedia Commons.

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