Notícia

Restrição de proteína durante a gravidez pode aumentar o risco de diabetes mellitus gestacional, aponta estudo

Para o resultado parcial da pesquisa foi utilizada a restrição proteica estudada em animais, especificamente ratas prenhes, foi verificado que a dieta pobre em proteína ocasiona malefícios tanto para a mãe quanto para o feto

Pixabay

Fonte

FAPEAM | Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas

Data

sexta-feira, 2 outubro 2020 10:35

Áreas

Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Nutrição Materno Infantil. Saúde Pública

Mulheres com restrição de proteína durante a gestação correm risco de desenvolver Diabetes mellitus gestacional (DMG). Foi o que constatou o estudo intitulado “Protein restriction during pregnancy impairs intra-islet GLP-1 and the expansion of β-cell mass” (A restrição de proteínas durante a gravidez prejudica o GLP-1 intra-ilhotas e a expansão da massa de células β), publicado na revista científica Molecular and Cellular Endocrinology.

A pesquisa desenvolvida pelo doutorando Edson Henrique Arruda foi apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), por meio do Programa de Pós-Graduação da Rede de Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Rede Bionorte), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), juntamente com o grupo de pesquisa PPG-Nutrição, Alimentos e Metabolismo a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

A finalidade do estudo foi avaliar mecanismos celulares e moleculares envolvidos nas adaptações das células beta à gestação. Primeiramente, porque o acesso ao pâncreas humano é limitado e pouco acessível, e as adaptações das células betas à gestação se assemelham em humanos e roedores. Assim, os mecanismos envolvidos na expansão e na função de células beta em modelos animais podem ter aplicabilidade direta na doença humana. Segundo, porque permitem entender a etiopatologia do diabetes mellitus gestacional e podem contribuir para avanços na sua prevenção e tratamento, explica o pesquisador.

Para o resultado parcial da pesquisa foi utilizada a restrição proteica estudada em animais, especificamente ratas prenhes, foi verificado que a dieta pobre em proteína (como simbolizado pelo animal que recebe dieta hipoproteica 6%), ocasiona malefícios tanto para a mãe quanto para o feto.

“Foi notório o tamanho menor da prole e das ratas que se alimentavam durante a gestação com dieta pobre em proteínas. Além disso, verificou que a dieta com quantidade de 17% de proteínas era essencial para que a células beta pancreáticas continuassem produzindo insulina. Em nossas análises verificamos que as ratas que comiam uma dieta hipoproteica ficavam pré-diabéticas por que as células possuíam uma maior resistência à insulina (menos sensibilidade ao hormônio)”, relata o pesquisador.

Aplicabilidade da dieta hipoproteica

É uma dieta que fornece o mínimo de proteína possível, uma alimentação pobre de proteínas.

No trabalho foi descrita a composição de dieta hipoproteica (6% de proteína) purificada para indução de quadro de desnutrição em roedores.

A dieta em questão contém os seguintes componentes (g/ kg): amido de milho (480), caseína (71,5), dextrina de milho (159), sacarose (121), óleo de soja (70), microcelulose (50), mistura mineral AIN-93-G-MX (35), mistura de vitaminas AIN-93-G-VX, (10), L-cistina (1), cloridrato de colina (2,5).

Os ratos alimentados cronicamente com a dieta apresentaram sinais comumente presentes na desnutrição proteica humana e de animais de laboratório: redução do ganho de peso, hipoproteinemia, hipoalbuminemia, elevação dos ácidos graxos livres séricos e do glicogênio hepático.

A pesquisa foi aplicada com ratas Wistar de 90 dias, que foram separadas em 4 grupos e submetidas a prenhez e dieta hipoproteica.

O pesquisador destaca que por meio do estudo será possível tratar e evitar os milhares de indivíduos que são acometidos por diabetes mellitus tipo 2 todo ano e, quem sabe num futuro oportuno, tentar responder à sociedade de como podemos prevenir ou inibir doenças como o Diabetes mellitus tipo 2.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na FAPEAM.

Fonte: Jessie Silva, FAPEAM.  Imagem: Pixabay.

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