Notícia

Estudo alerta para riscos do confinamento em pacientes com doenças crônicas

Estudo internacional aponta soluções que podem ser adotadas em cada país para abordar as necessidades dos doentes crônicos na  pandemia

Pixabay

Fonte

Universidade do Porto

Data

segunda-feira, 1 junho 2020 14:00

Áreas

Nutrição Clínica. Saúde Pública

Publicação recente na revista científica The Lancet, do qual participou o pesquisador Dr. Romeu Mendes, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), chama a atenção para as dificuldades com que se deparam as pessoas com doenças crônicas não-transmissíveis, como o diabetes, doenças cardiovasculares, câncer e obesidade, no contexto da pandemia de COVID-19. O artigo, cujo primeiro autor é o Dr.Hans Kluge, Diretor do Gabinete Regional para a Europa da Organização Mundial da Saúde (OMS Europa), aponta soluções que podem ser adotadas em cada país para abordar as necessidades destes pacientes.

As doenças crônicas não-transmissíveis são uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo e, em particular, na Europa. Alguns estudos demonstram por sua vez que condições crônicas como a hipertensão, obesidade, diabetes tipo 2, doença das artérias coronárias, câncer, e doença pulmonar obstrutiva crônica, aumentam o risco de gravidade da COVID-19, podendo levar ao internamento em cuidados intensivos e até à morte.

Como explica o Dr. Romeu Mendes, “a evolução da pandemia expôs a vulnerabilidade das pessoas com doenças crônicas, não apenas à COVID-19, mas também aos efeitos do confinamento, e à reorganização dos serviços de saúde na resposta a este novo vírus”.

A publicação sublinha que as medidas de confinamento impostas, devido à pandemia, parecem potenciar os fatores de risco comportamentais para as doenças crônicas, como a alimentação não saudável, a inatividade física e o sedentarismo, o consumo de tabaco e o abuso do álcool.

Paralelamente, “o cancelamento ou adiamento de consultas e de cirurgias e exames complementares de diagnóstico, assim como as restrições nos transportes públicos e nos deslocamentos de pessoas – que dificultam a aquisição de bens alimentares, medicamentos, e outros serviços – têm sido reportados como fatores de disrupção da gestão destas doenças”, disse o pesquisador.

As soluções apontadas

Considerando as dificuldades apresentadas, a publicação aponta soluções que podem ser implementadas e adaptadas em cada país para abordar as necessidades das pessoas com doenças crônicas não-transmissíveis.

Algumas das sugestões passam pelo uso da tecnologia, através das teleconsultas e da renovação eletrônica da prescrição de medicamentos, de ações de promoção e educação para a saúde digitais dirigidas aos cidadãos (SMS, redes sociais, ou outros meios similares) com enfoque, por exemplo, na saúde mental, exercício físico em casa e preparação de refeições saudáveis. Investir em sistemas de encomenda e entrega ao domicílio de bens essenciais como medicamentos e alimentos saudáveis é outra das medidas sugeridas.

Nas ações de rastreio do vírus, é destacada a importância de se dar prioridade às pessoas com doenças crônicas não-transmissíveis e considerar igualmente a rede de cuidadores formais e informais associada. Adicionalmente, os autores sublinham a necessidade de se disponibilizar equipamento de proteção individual e formação específica aos profissionais de saúde que tratam destes doentes e que podem eles próprios estar em maior risco de vir a desenvolver estas patologias.

Acesse a publicação científica completa (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade do Porto.

Fonte: Diana Seabra, ISPUP.  Imagem: Pixabay.

Em suas publicações, o Canal Nutrição da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Canal Nutrição tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.

Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que  cadastrados no Canal Nutrição e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Nutrição, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.

Leia também

2024 nutrição t4h | Notícias, Conteúdos e Rede Profissional nas áreas de Alimentos, Alimentação, Saúde e Tecnologias

Entre em Contato

Enviando
ou

Fazer login com suas credenciais

ou    

Esqueceu sua senha?

ou

Create Account