Notícia
Cientistas desenvolvem bebida da castanha-de-caju com probióticos
Bebida de amêndoa de castanha-de-caju, “leite vegetal” pode ser consumido tanto por pessoas com intolerância à lactose quanto por vegetarianos ou veganos
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Fonte
EMBRAPA | Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Data
quinta-feira, 7 maio 2020 09:50
Áreas
Biotecnologia. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Engenharia de Alimentos
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) desenvolveu um processo para obtenção de bebida de amêndoa de castanha-de-caju, um “leite vegetal”, e testou com sucesso a adição de probióticos. O produto pode ser consumido tanto por pessoas com intolerância à lactose, quanto por aquelas que optam por dietas sem derivados de origem animal, como a vegetariana ou vegana. Os testes foram realizados com sucesso em escala-piloto e, agora, a EMBRAPA espera por parceiros interessados em disponibilizar o produto em grande escala no mercado.
Segundo a pesquisadora Dra.Laura Bruno, da EMBRAPA Agroindústria Tropical, os estudos realizados demonstraram que a bebida de castanha é um bom veículo para disponibilizar os probióticos para os consumidores que não podem ou optaram por não consumir produtos lácteos. “Essas substâncias são comumente adicionadas a bebidas lácteas. Durante o processo de obtenção da bebida à base de castanha-de-caju, tivemos a ideia de incorporá-las para valorizar ainda mais o produto”, disse a pesquisadora.
Para isso, foram testados, inicialmente, quatro probióticos disponíveis no mercado. “Todos se mostraram viáveis durante um mês, o que é fundamental, já que têm que estar vivos para agir no organismo humano”, explica a cientista.
A fase seguinte foi escolher um dos quatro probióticos, com a estabilização do produto e as análises sensoriais. “Optamos pelo mais comumente usado no mercado de produtos lácteos, que são as bifidobactérias”. A Dra. Laura explica ainda que a inoculação (incorporação dos microrganismos à bebida) dos probióticos é feita após a obtenção da bebida, porque durante o processo, há uma fase de esterilização, que elimina os seres vivos ali existentes.
Cumprida essa etapa, a bebida devidamente inoculada com probióticos foi mantida em temperatura de quatro graus Celsius por um mês. “Durante esse período, fizemos análises microbiológicas para observar se havia presença de patógenos ou de microrganismos deterioradores”, detalha a pesquisadora. Outro importante passo foi a realização de análises sensoriais, que mostraram boa aceitação.
A Dra. Laura Bruno explica que bebidas lácteas são as pioneiras em adição de probióticos e, hoje, facilmente encontradas em gôndolas de supermercados no Brasil e no exterior. “Há uma tradição, pois os lácteos foram os primeiros produtos estudados para esse fim. E isso é até natural, já que são bactérias do leite reinoculadas nas bebidas processadas’, disse a pesquisadora.
Demanda do consumo move a ciência
A pesquisadora pondera que o crescimento do mercado para produtos vegetarianos e veganos, bem como da demanda por produtos não lácteos, fez com que a ciência se voltasse para pesquisa de produtos alternativos. Isso ocorreu, principalmente, devido ao aumento do número de pessoas com intolerância ao leite e seus derivados. “Nesse sentido, a bebida de castanha se mostrou uma aposta bem interessante para a adição de probióticos. A inoculação na bebida de castanha não estava prevista no projeto inicial. Foi uma ideia que surgiu durante a execução dos estudos e que deu muito certo”, disse a Dra. Laura Bruno.
Acesse a notícia completa na página da EMBRAPA.
Fonte: Verônica Freire, Embrapa Agroindústria Tropical. Imagem: Freepik.
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