Notícia
Expansão sustentável da irrigação pode alimentar 800 milhões de pessoas
A expansão da irrigação em terras com escassez de água devida a aspectos econômicos pode ser importante estratégia de adaptação às mudanças climáticas
Pixabay
Fonte
Politécnico de Milão
Data
sexta-feira, 8 maio 2020 10:25
Áreas
Agricultura. Agronomia. Ciências Agrárias
Um grupo de cientistas do Politécnico de Milão, na Itália, da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, e da Universidade de Amsterdã, nos Países Baixos, publicou um estudo sobre a geografia global da escassez de água na agricultura na revista científica Science Advances.
O estudo constata que existe água suficiente disponível localmente para expandir a irrigação em 140 milhões de hectares de terras agrícolas que não foram irrigadas até o momento por razões socioeconômicas e que a expansão sustentável da irrigação nessas terras poderia aumentar a produção de comida para alimentar 800 milhões de pessoas.
Usando modelos hidrológicos globais com uso intensivo de dados desenvolvidos no Politécnico de Milão, os pesquisadores conseguiram quantificar a água atualmente fornecida às lavouras, a quantidade ideal de água necessária para que as lavouras cresçam em condições sem serem estressadas pela água, o tipo de escassez de água (física ou econômica) e as regiões do mundo em que há água adicional disponível para expandir a irrigação de maneira sustentável.
Dois terços das terras adequadas para a expansão da irrigação estão localizadas na África Subsaariana, Europa Oriental e Ásia Central. Além de aumentar a produção de alimentos para alimentar 800 milhões de pessoas, a expansão da irrigação em terras com escassez econômica de água pode ser ao mesmo tempo uma importante estratégia de adaptação às mudanças climáticas, contribuindo para a produção agrícola mais confiável e resiliente.
“Neste estudo, avaliamos a escassez física e econômica de água em terras agrícolas pela primeira vez em escala global. Escassez física refere-se a condições associadas à insuficiência física da disponibilidade de água doce para atender às necessidades de água, enquanto a escassez econômica de água foi definida como a condição na qual os recursos hídricos renováveis estão fisicamente disponíveis, mas o uso deles é limitado pela falta de capacidade econômica e institucional para usar essa água”, explicou Lorenzo Rosa, doutorando da Universidade da Califórnia em Berkeley.
A Dra. Maria Cristina Rulli, que coordena o grupo do Politécnico de Milão, explica: “O estudo determina as regiões agrícolas onde a produção de alimentos pode ser aumentada de maneira sustentável com investimentos adequados no setor de recursos hídrivos. A análise quantifica o potencial inexplorado de terras cultivadas que atualmente são alimentadas apenas pela chuva e fornece esclarecimentos que podem ajudar, na perspectiva do desenvolvimento sustentável, a alcançar segurança alimentar e objetivos ambientais futuros”.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia na página do Politécnico de Milão (em italiano).
Fonte: Politécnico de Milão. Imagem: Pixabay.
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