Notícia
Análises do leite materno podem levar a novas oportunidades para reduzir o risco de obesidade infantil
Análises metabolômicas identificaram metabólitos diferentes no leite materno de mães com sobrepeso ou obesas
Freepik
Fonte
Joslin Diabetes Center
Data
sexta-feira, 12 abril 2019 16:35
Áreas
Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Nutrição Materno Infantil
Nova pesquisa realizada nos Estados Unidos apontou que a composição do leite materno em mães com peso normal difere da composição do leite materno de mães com excesso de peso ou obesas (IMC > 25) e que estas variações encontradas nos metabólitos são possíveis fatores de risco para a obesidade infantil. A nova pesquisa foi publicada na revista científica The American Journal of Clinical Nutrition.
Sabe-se que a obesidade materna é um dos mais fortes preditores de obesidade infantil. “A obesidade infantil aumenta o risco de diabetes tipo 2 e uma série de outras complicações de saúde. “Nosso objetivo é identificar os primeiros fatores de risco que predizem a obesidade em crianças”, diz a autora principal do estudo, Dra. Elvira Isganaitis, endocrinologista pediátrica do Joslin Diabetes Center. “Sabemos que um desses fatores é a exposição nutricional no período pós-parto”, reforça a pesquisadora.
Em colaboração com colegas do Centro de Ciências da Saúde da Universidade de Oklahoma e da Universidade de Minnesota, os pesquisadores analisaram o teor de leite materno e avaliações corporais das crianças (gordura e músculo) em um mês e seis meses de idade em 35 pares mãe-filho. As mães foram classificadas por IMC pré-gestacional menor que 25 (normal) ou maior que 25 (sobrepeso/obesa).
Usando o avanço tecnológico das análises metabolômicas (técnica para estudos em larga escala de pequenas moléculas envolvidas no metabolismo), a Dra. Isganaitis e colaboradores analisaram a concentração de 275 metabólitos individuais de pequenas moléculas no leite materno. O objetivo foi identificar as características moleculares do leite materno de acordo com o peso da mãe (normal versus sobrepeso / obesidade) e, em seguida, determinar se alguma diferença prediz o excesso de peso nos primeiros meses de vida do bebê.
Com um mês de idade, foram encontrados 10 metabólitos que diferenciaram mães com sobrepeso / obesidade de mães com peso normal Destes, quatro foram identificados como derivados de nucleotídeos e três foram identificados como carboidratos complexos chamados oligossacarídeos, que podem alterar a microbiota intestinal. Aos seis meses de idade, a análise revelou que 20 metabolitos diferiam no leite de mães com excesso de peso em comparação com mulheres de peso normal. Além disso, a adenina do leite em mães obesas foi associada com maior ganho de peso em crianças.
Embora apenas pequenas diferenças na composição do leite entre mães obesas e mães com peso normal tenham sido encontradas (10 em um mês e 20 em seis meses, de um total de 275), este é o primeiro estudo em profundidade que relatou diferentes substâncias presentes no leite materno de mães com sobrepeso ou obesas, diz a Dra. Isganaitis. “Nossas descobertas sugerem que uma mistura específica de fatores – derivados de nucleotídeos e carboidratos complexos – poderia ser um alvo terapêutico para melhorar o perfil do leite materno e possivelmente proteger as crianças da obesidade”, diz a pesquisadora.
A amamentação é um comportamento muito benéfico para mães e filhos, diz a Dra. Isganaitis. “A amamentação deve ser promovida e apoiada. Por fim, gostaríamos de identificar as vias metabólicas que permitem que o leite materno seja benéfico em termos de ganho de peso infantil e outros resultados de saúde infantil “, conclui a pesquisadora
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Joslin Diabetes Center (em inglês).
Fonte: Joslin Diabetes Center. Imagem: Freepik
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