Notícia

Definição de obesidade em crianças deve considerar questões de saúde e não apenas o IMC

Fonte

Universidade MacMaster

Data

sábado, 6 abril 2019 13:00

Áreas

Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Saúde Pública

O índice de massa corporal (IMC), que considera o peso e a altura, é uma medida utilizada para avaliar a obesidade infantil. Porém, esta medida não funciona bem para identificar problemas de saúde, especialmente os de saúde mental, em crianças com obesidade em busca de cuidados, afirma um estudo conduzido na Universidade McMaster, no Canadá. Outros problemas médicos, incluindo hipertensão arterial, pré-diabetes e doença hepática gordurosa não alcoólica, também são comuns e podem ser um pouco mais freqüentes naqueles com obesidade mais severa em comparação com aqueles que possuem obesidade menos grave, de acordo com o estudo.

Os detalhes do estudo chamado Canadian Pediatric Weight Management Registry (CANPWR) foram publicados na revista científica The Lancet Child & Adolescent Health. Este estudo descobriu que dois terços das crianças que entram em programas de controle de peso em todo o Canadá têm obesidade grave com base em seu IMC.

“Descobrimos que os problemas sociais e de saúde foram mais comuns nas crianças com o maior índice de massa corporal. No entanto, questões de saúde mental, por exemplo, são consistentes entre os grupos de IMC investigados no estudo”, disse a Dra. Katherine Morrison, pesquisadora principal e professora do Departamento de Pediatria da Universidade McMaster. “Se você está apenas usando o IMC para identificar os jovens que precisam de mais cuidados, você estaria presumindo que as crianças com a menor índice de IMC seriam as menos propensas a ter problemas de saúde mental ou problemas metabólicos, mas nossas descobertas sugerem que isso não é verdade. Este estudo sugere que usar um sistema de avaliação clínico, que avalia a saúde da criança e não apenas o IMC, é provavelmente a melhor abordagem ”. A pesquisadora esclarece que o objetivo final é melhorar o atendimento dessas crianças.

O estudo CANPWR tem como objetivo identificar o que influencia o sucesso dos participantes em programas de controle de peso e pretende ajudar a melhorar esses programas. O estudo acompanha os participantes por três anos. As 10 clínicas que participam do estudo estão em Vancouver, Edmonton, Calgary, Toronto, Hamilton, Ottawa e Montreal.

O artigo considerou informações de 847 crianças com obesidade e os problemas de saúde foram determinados em sua visita inicial a uma das clínicas multidisciplinares de controle de peso em todo o Canadá. Os participantes tinham entre 5 e 17 anos no momento da inscrição.

Os pesquisadores mostraram que usar um sistema clínico (o chamado Sistema de Estadiamento de Obesidade para Pediatria Edmonton, ou EOSS-P) foi mais útil para entender os problemas de saúde das crianças nessas clínicas do que apenas considerar o IMC. Eles sugerem que o uso de um sistema de avaliação clínico ajudará melhor a concepção de intervenções de cuidados de saúde para crianças com obesidade.

Os problemas de saúde relacionados à obesidade foram comuns nas crianças analisadas. Preocupações com a saúde mental foram as mais comuns (90%), seguidas por problemas de saúde metabólicos (85%), sociais (65%) e mecânicos (62%). O problema de saúde mental mais comum identificado foi a ansiedade. A complicação metabólica de saúde mais identificada foi a dislipidemia, seguida pela doença hepática gordurosa não alcoólica. O bullying foi o fator de saúde social mais identificado, seguido de perto pela baixa renda familiar. Mais de um terço das crianças no grupo com maior obesidade veio de lares de baixa renda. Aqueles com obesidade mais grave pelo IMC foram mais propensos a ter experimentado bullying, e mais propensos a relatar dificuldades com os relacionamentos com os pares, em comparação com os grupos de obesidade menos graves.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade MacMaster (em inglês).

Fonte: Tina Depko, Universidade MacMaster. Imagem: Pixabay.

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