Notícia

Gengibre ajuda no combate à infecção generalizada

Pesquisadores descobriram que os gingeróis auxiliam na proteção das funções renais e melhoram o prognóstico de pacientes com sepse

Ribamar Neto, UFC

Fonte

Agência UFC | Agência Universidade Federal do Ceará  

Data

terça-feira, 4 dezembro 2018 15:10

Áreas

Nutrição Clínica. Saúde Pública

Para melhorar o prognóstico de pacientes que chegam aos hospitais em condição de sepse polimicrobiana (infecção generalizada), pesquisadores da Universidade Federal do Ceará têm buscado tratamentos alternativos a partir de componentes do gengibre, capazes de combater disfunções renais e metabólicas associadas à sepse. A pesquisa, feita no Laboratório de Toxinologia Molecular, foi publicada na revista  Scientific Reports do Grupo Nature.

Os componentes isolados e estudados são os gingeróis, responsáveis pelas características de pungência e ardor que sentimos ao comer o gengibre. Segundo as pesquisas realizadas, essas substâncias, amplamente presentes na culinária e na medicina alternativa oriental, melhoram o funcionamento do rim e podem resultar em um quadro geral positivo para o organismo dos pacientes.

Inicialmente, testes realizados em condições ex vivo, com rins saudáveis de ratos, revelaram dois fatores importantes a partir da administração dos gingeróis nos animais: o primeiro foi a poliúria, aumento da formação de urina pelo rim e maior fluxo urinário; o outro foi a natriurese, aumento da excreção de sódio junto com a urina.

Nas disfunções renais, alguns dos principais sintomas são justamente a diminuição na produção de urina e o desequilíbrio na excreção do sódio. Como os gingeróis afetaram diretamente essas características, os pesquisadores decidiram iniciar os testes com rins disfuncionais e também obtiveram resultados de melhora renal, atribuídos a benefícios anti-inflamatórios e antioxidantes no órgão causados pelos gingeróis.

Esses são fatores importantes para o combate à sepse, que pode ter como uma das consequências justamente a disfunção dos rins, caracterizada por queda nas reservas antioxidantes e participação significativa de agentes inflamatórios, problema que piora consideravelmente o prognóstico dos pacientes e, em geral, leva à morte. “O trabalho é para evitar isso e prevenir o impacto negativo de quando a lesão renal surge junto com a sepse”, explica o professor Dr. Alexandre Havt, orientador da pesquisa.

Justamente por conta da alta mortalidade de pacientes cuja infecção chega a esse estágio, mecanismos que possam proteger o sistema renal são de grande importância. “Quando a sepse evolui, ocorre o estágio de falha de múltiplos órgãos, e um dos principais atingidos é o rim. Esse é um quadro clínico geralmente difícil, que o médico tenta evitar”, diz o Dr. Adelvane Rodrigues, autor do estudo de doutorado com os gingeróis.

Além disso, o paciente com sepse precisa de fármacos antibióticos para combater a infecção, remédios que podem aumentar as chances de falhas renais. Esse é outro motivo para que o tratamento tradicional seja acompanhado de alternativas que possam criar equilíbrio no organismo. Auxiliando na recuperação da normalidade do rim e reduzindo inflamações e estresse oxidativo, os gingeróis podem evitar um patamar mais grave.

Função Renal

Responsáveis por filtrar o sangue, excretar substâncias tóxicas e eliminar produtos oriundos do uso de fármacos que podem ser nocivos, os rins têm papel essencial no correto funcionamento do organismo. Até que o paciente tenha uma disfunção renal crônica, há um quadro evolutivo.

“Após o dano agressivo, que pode ser um processo infeccioso, leva um tempo para que a doença alcance um patamar em que a pessoa necessite de hemodiálise [tratamento para problemas renais crônicos]. A proposta é que, desde o começo da doença, possamos ter medidas de intervenção para evitar a evolução de quadro pior e irreversível”, argumenta o Dr. Adelvane.

O Prof. Dr.Alexandre Havt ressalta que o rim, assim como o fígado, tem boa capacidade de regeneração, podendo se recuperar de processos prejudiciais a seu funcionamento. Em um nível de disfunção muito elevado, porém, essa recuperação não ocorre. É o que acontece no caso de sepse, quando há uma lesão renal aguda provocada não só pela infecção, mas também pelo uso de fármacos antimicrobianos e anti-inflamatórios, indispensáveis ao tratamento e muitas vezes lesivos ao próprio órgão.

Acesse o artigo na revista Scientific Reports, da Nature.

Acesse a notícia completa na página da Agência UFC.

Fonte: Kevin Alencar, Agência UFC. Imagem:  Ribamar Neto, UFC.

 

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