Notícia

Sentir-se com gases é sempre motivo de preocupação?

Fonte

Universidade Harvard

Data

quinta-feira, 12 setembro 2019 10:05

Áreas

Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Saúde Pública.

Os gases intestinais são uma parte normal da digestão. “Embora as pessoas possam não gostar, principalmente em momentos inadequados, mas é apenas um sinal de um sistema digestivo saudável e regular “, explica o Dr. Kyle Staller, gastroenterologista do Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos.

Gases são produzidos quando bactérias do sistema digestivo decompõem os alimentos. Gases intestinais contêm principalmente hidrogênio e metano, com pequenas quantidades de outros gases como o sulfeto de hidrogênio, que dão um odor ruim ao gás. No entanto, a maioria dos componentes do gás intestinal é livre de odor.

Mas ter muitos gases e com frequência é um problema? Os alimentos que ingerimos e o próprio processo de digestão podem aumentar a produção de gases. Por exemplo, à medida que as pessoas envelhecem, geralmente têm problemas para digerir alimentos que contêm carboidratos de cadeia curta chamados FODMAPs, um termo que significa oligossacarídeos fermentáveis, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis. “Esses alimentos não são digeridos ou são digeridos incompletamente, o que causa aumento da fermentação pelas bactérias intestinais e, por fim, criam mais gases”, diz o Dr. Staller.

Alimentos produtores de gases

Alimentos comuns produtores de gases incluem brócolis, feijão e lentilha, trigo, alho, cebola, maçã e alguns sucos de frutas. Mas FODMAPs também estão presentes em alguns alimentos como abacates e cerejas.

Às vezes, as pessoas recorrem a alimentos sem açúcar como forma de controlar seu peso, e muitos deles contêm sorbitol ou outros álcoois de açúcar, que também são prontamente fermentados no intestino. A lactose – o açúcar no leite e nos produtos lácteos – é um FODMAP também.

“Essa variedade de alimentos é o motivo pelo qual alguém angustiado pelo excesso de gases pode conversar com um profissional nutricionista para ajudar a identificar possíveis problemas e, em seguida, projetar uma estratégia para diminuir o tamanho das porções ou eliminá-las completamente e substituí-las por outros alimentos”, diz Dr. Staller.

Em muitos casos, uma pessoa pode tolerar quantidades menores de um alimento que produz gases, mas uma quantidade maior cria excesso de gases. Por exemplo, você pode ter problemas para digerir um copo de leite ou uma tigela de sorvete, mas pode ficar bem com o creme no café.

Excesso de gases é motivo de preocupação?

Apesar de os gases intestinais serem normais, há momentos em que o excesso de gases pode ser uma bandeira vermelha para um grave problema de saúde. Se os gases ocorrem com mais frequência do que o habitual ou se forem acompanhados de outros sintomas, como dor abdominal, perda de peso, febre ou fezes com sangue, um médico deve ser consultado.

“Esses sintomas podem ser sinais de um distúrbio digestivo, como doença celíaca, colite ulcerativa ou doença de Crohn”, afirma o Dr. Staller. Caso contrário, perceba que os gases intestinais são um pequeno lembrete de que sua digestão está funcionando como deveria.

Acesse a notícia na página da Escola Médica de Harvard (em inglês).

Fonte: Matthew Solan, Escola Médica de Harvard. Imagem: Freepik.

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